Com cerca de 90% das fábricas de eletroeletrônicos, eletrodomésticos e portáteis instaladas na Zona Franca de Manaus (ZFM), este setor foi um dos responsáveis pelo crescimento da indústria brasileira em 2024, com 29% de participação.
Os números foram apresentados pelo presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Jorge Júnior, ao presidente Lula, ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento e da Indústria, Geraldo Alckmin, e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante reunião na tarde desta segunda-feira (17), no Palácio do Planalto.
No ano passado, este setor vendeu ao varejo 117,7 milhões de aparelhos eletroeletrônicos, como televisores, geladeiras e aparelhos de ar-condicionado. Este último item, por exemplo, foi o destaque da produção nacional, com crescimento de 33% em relação a 2023. “Isso é uma produção histórica e representa o resultado da política econômica do governo, que influenciou na geração de emprego e renda da população e a retomada do crédito”, disse Jorge Júnior.
O ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, afirmou que o balanço positivo do setor é resultado do crescimento de 3,4% da economia em 2024, que refletiu na melhora de renda da população, às políticas de estímulo à industrial nacional e também o efeito das mudanças climáticas.
Para 2025, a Eletros projeta um crescimento igual ou superior a 10% em relação ao ano passado, mas isso vai depender bastante das condições favoráveis do cenário econômico. “Importante que senha um ambiente econômico ainda próspero, como o ajuste fiscal e o controle da inflação. Se isso for tratado com o mesmo cuidado que aconteceu no primeiro semestre do ano passado, a gente tem uma expectativa de, pelo menos, repetir os números de 2024. Numa versão mais otimista, considerando o efeito climático e esse ajuste econômico, espera-se crescer 10%”, acrescentou o dirigente.
Mas, para que este bom desempenho se repita, Jorge Júnior apresentou sugestões ao presidente Lula e ao ministro Alckmin para que o governo crie uma política que facilite o acesso ao crédito na criação de demandas. Ele deu como exemplo, investimentos em tecnologia que a indústria eletroeletrônica têm realizado na eficiência energética de seus produtos, de forma que os aparelhos consumam o mínimo de energia ou água.
Protagonismo
Campeão das vendas no setor eletroeletrônico, a produção de ar-condicionado bateu o recorde de 6 milhões de aparelhos fabricados no ano passado nas empresas instaladas na Zona Franca de Manaus. Com essa marca, o Brasil se tornou o segundo maior produtor do mundo, perdendo apenas para a China. Há 3 anos, encontrava-se na quinta posição.
O presidente da Eletros destacou que esse crescimento na produção de ar-condicionado se deve também à política de incentivo do governo federal à ZFM, que contribui para que a indústria seja competitiva frente aos mercados externos.
Para os próximos 2 anos, as fábricas que compõem o setor eletroeletrônicos projetam investimentos da ordem de R$ 5 bilhões, em novos negócios e ampliação dos negócios já existentes.
O setor eletroeletrônico é composto de empresas que fabricam produtos da linha branca (fogão, geladeira, máquina de lavar); linha marrom (televisores e equipamentos de áudio) e portáteis (cafeteiras, secadores de cabelo, air fryer e ferro de passar), além de ventiladores e ar-condicionado.