Senso de oportunidade
O governador do Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), está aproveitando o aumento da tensão entre os opostos Jair Bolsonaro (PL) e Lula da Silva (PT) para pavimentar seu caminho rumo à disputa presidencial de 2026. A única certeza, hoje, é que ele poderá enfrentar o petista nas eleições do próximo ano. Claro, se sua pré-candidatura for mantida até as convenções partidárias entre julho e agosto de 2026. Enquanto Bolsonaro – que está inelegível – insiste em se manter no páreo e inibe qualquer ensaio presidencial de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e, Lula, que está às voltas com a crise econômica de seu governo, Caiado vê no momento uma grande oportunidade de se mostrar como uma alternativa viável aos eleitores.
Ele não está brincando…
Ronaldo Caiado, visto como um político que vai para o embate, que não perde a oportunidade de um debate e que defende as suas posições, agora já traça seus próximos passos como presidenciável. Mesmo ainda sem combinar formalmente com seu partido, o União Brasil, que discute uma federação com o PP, ele já marcou para o próximo dia 4 de abril (semana que vem) o lançamento de seu nome como pré-candidato à cadeira de Lula no Palácio do Planalto, em grande evento em Salvador, onde, inclusive, será homenageado com as mais altas comendas do estado.
…Ou é fogo de palha?
Até slogan Caiado já criou para sua pré-campanha presidencial: “Coragem para endireitar o Brasil”. Entre seus aliados, ele quer trabalhar características políticas que possui, como coragem de ir para o front, e trabalhar para consertar o Brasil. Ainda faltam mais de um ano para que as candidaturas presidenciais sejam, de fato, formalizadas e até lá, como se sabe perfeitamente no modo de fazer política no Brasil, tudo pode mudar. Ainda não está claro qual é a estratégia do governador do Goiás: forçar o partido a se posicionar, já que atualmente integra o governo Lula como base aliada; mostrar força política; ou atirar no que vê acertar no que não vê?
Carta na manga
O fato é que Ronaldo Caiado goza de popularidade em seu governo, que finaliza em 2026. Pesquisa recente da Quaest, divulgada em fevereiro deste ano, mostra que sua gestão no Goiás tem 86% de aprovação popular. Se seus planos presidenciais não prosperarem, a disputa e vitória a uma das duas vagas no Senado por Goiás, em 2026, é quase líquida e certa. Neste rio que passa pela política brasileira, ainda vão rolar muitas águas.
‘Embaixador’
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, fez questão de massagear o ego do senador Eduardo Braga (MDB-AM), ao afirmar que o parlamentar é o “grande embaixador do Amazonas, em Brasília”. A frase foi dita ao próprio senador durante encontro das duas autoridades à ocasião do anúncio da entrega de quatro novas ambulâncias do SAMU 192 à cidade de Manaus. O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, entregou ontem (27) 156 ambulâncias para 114 municípios brasileiros.
Prestígio
Eduardo Braga tem participado das principais discussões econômicas do país no Senado, como a icônica reforma tributária, que conseguiu sair do campo das ideias após mais de 40 anos de debates no Congresso Nacional. Braga foi o relator da PEC 45/19, que resultou na Emenda Constitucional 132/23, que alterou o sistema tributário nacional. O senador foi relator do PLP 68/24, que regulamentou a reforma tributária e, agora, está relator do PLP 108/24, que cria o Comitê Gestor que vai administrar o novo tributo a ser criado, o Imposto Sobre Bens e Serviços (IBS) em substituição ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Sua reeleição ao Senado pelo Amazonas é quase certa.
Acordo nipônico
No segundo semestre deste ano, o presidente Lula vai assumir a presidência do Mercosul para os próximos seis meses e afirmou que uma das suas metas será para formalizar um acordo entre o bloco econômico da América do Sul com o Japão. A fala de Lula foi em solo japonês, por ocasião de sua viagem oficial àquele país asiático. De acordo com o político, esta parceria comercial será boa para os países que integram o Mercosul e também para o Japão. O presidente frisou que é necessário a abertura do comércio entre os países como forma de enfrentar a aparente guerra fria entre os Estados Unidos e China.
Provocação
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, encabeçado pelo ex-presidente Bolsonaro, que convoca apoiadores e aliados para o ato em favor da anistia no domingo, 6 de abril, na avenida Paulista (SP), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pede às mulheres que forem ao protesto que “Levem a arma que ameaçou a democracia, um batom”. A fala é uma referência à cabeleireira Débora Rodrigues, presa por ter pinchado com batom a estátua “A Justiça” , em frente ao STF e que está com uma pena (ainda não homologada) de 14 anos de detenção. O vídeo tem ainda as falas do pastor Silas Malafaia, do senador Magno Malta (PL-ES), do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e, dos Estados Unidos, do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Além do “Anistia, Já!”, eles pedem também o “Fora, Lula!”.