sábado, abril 19, 2025

‘Tarifaço’ dos EUA poderá beneficiar três setores da Zona Franca de Manaus

Nota técnica da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas aponta vantagens e riscos

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Nota técnica expedida pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) do Estado do Amazonas destaca que as medidas tarifárias anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, principalmente sobre produtos importados da Ásia, podem representar uma oportunidade para a Zona Franca de Manaus (ZFM) e para o Brasil.

O documento, assinado pelo titular da pasta, o economista Serafim Corrêa, destaca três setores que poderão se beneficiar com o incremento das exportações e ganhar espaço no mercado americano: eletroeletrônicos, motocicletas e componentes técnicos.

Como um polo que é incentivado com benefícios fiscais, isso pode contribuir também para a diversificação da produção industrial local na atração de empresas globais que podem optar por investir na ZFM para escapar das tarifas impostas a países asiáticos.

Ainda nesse contexto, a nota técnica ressalta a ampliação da oferta de emprego e renda devido ao aumento da demanda por produtos fabricados na região, causando maior circulação de recursos na economia local.

Do ponto de vista nacional, o documento observa que o Brasil, de certa forma, poderá também se beneficiar do “tarifaço” americano:

  • Substituição de exportações asiáticas: Produtos que antes eram adquiridos de países asiáticos podem ser substituídos por equivalentes brasileiros, impulsionando setores como siderurgia, agronegócio e manufatura;
  • Aumento dos investimentos estrangeiros: Empresas globais podem considerar o Brasil como um destino atrativo para evitar tarifas dos EUA sobre a produção asiática;
  • Expansão da infraestrutura e logística: Para atender ao crescimento da demanda externa, haverá necessidade de melhorias em infraestrutura portuária, rodoviária e logística internacional.

O documento também apresenta potenciais riscos e desafios que essas medidas do governo americano podem impactar no Brasil em um dos principais pontos é justamente o “custo Brasil”, que pode reduzir a competitividade do país, também a capacidade produtiva e, a reação da China e de outros parceiros comerciais. “Países afetados pelo tarifaço podem adotar contramedidas que impactem exportações brasileiras para seus mercados”, diz trecho da nota.

Na realidade, ontem (4) mesmo a China já anunciou seu contraataque às tarifas impostas pelos Estados Unidos: aumentou em 34% a taxação aos produtos americanos importados pelo país, que começa a vigorar a partir de 10 de abril.

Valéria Costa
Valéria Costa
Jornalista, com 25 anos de profissão. Já atuou em veículos de comunicação em Manaus (AM) e Brasília (DF), na cobertura dos principais assuntos nas diversas editorias do jornalismo, com ênfase em política e opinião.

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