sábado, julho 19, 2025

Planalto monta força-tarefa para evitar a taxação de 50% dos EUA

Compartilhe

Linha de frente

Passada a “euforia” do anúncio de uma tarifa de 50% pelo presidente Donald Trump aos produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos, o governo do Brasil já acerta os detalhes da reação para evitar o tarifaço. Uma força-tarefa, capitaneada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e empresários do setor produtivo afetados, vão a campo para negociar.

Viés econômico

Em reunião com ministros realizada ontem (13) à noite, o presidente Lula deixou claro, no entanto, que a negociação com os Estados Unidos será estritamente do lado da economia. Questões políticas envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como condicionou Trump na carta divulgada na semana passada não entram na mesa.

Reciprocidade

A Lei da Reciprocidade deverá ser aplicada aos Estados Unidos, caso o governo americano não se mostre disposto a negociar. O Congresso Nacional aprovou a referida legislação no primeiro semestre, após Trump anunciar o tarifaço para diversos países, como o Brasil, que havia recebido uma taxação de 10% à época.

Obstrução

Os filhos de Jair Bolsonaro, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro, ambos do PL, entraram na mira de adversários e da Justiça por estarem aproveitando o episódio do “tarifaço” para radicalizar o discurso e forçar algum tipo de benefício jurídico para o ex-presidente, que é réu em ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de estado.

Resposta

Ontem (13), o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, publicou uma carta em que contesta os argumentos de Donald Trump para sobretaxar o Brasil e afirmou que as sanções anunciadas pelo americano estão baseadas em “compreensão imprecisa” da realidade brasileira e que o STF tem sido “independente e atuante para evitar o colapso das instituições”. Barroso detalha episódios que aconteceram no país nos últimos 6 anos que, em seu entender, ameaçaram a democracia. O ministro também rebate Trump sobre a “caça às bruxas” ao ex-presidente Bolsonaro. “Se houver provas, os culpados serão responsabilizados. Se não houver, serão absolvidos. Assim funciona o Estado democrático de direito.”

Relatório

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, deve apresentar, hoje (14), as alegações finais na ação penal da trama golpista, que tem o ex-presidente Bolsonaro e outros sete aliados como réus. Nos bastidores, é dada como certa de que o documento deve orientar pela condenação dos acusados. Após entregue o parecer, os réus terão 15 dias para apresentarem suas alegações finais.

Conflito

A votação do projeto de lei 2.159/2021, que afrouxa as regras para o licenciamento ambiental, previsto para esta semana na Câmara dos Deputados deve reacender o embate entre os parlamentares ligados ao agronegócio e os ambientalistas. Para críticos, a matéria – se for aprovada – vai causar um dano irremediável ao meio ambiente, além de elevar a judicialização do tema. Entidades socioambientais encaminharam ofício ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pedindo o adiamento da votação por, no mínimo, 90 dias.

‘Abusiva’

O deputado distrital Chico Vigilante (PT) entrou com representações contra o Governo do Distrito Federal (GDF) no Tribunal de Contas do DF e no Ministério Público contra a taxa de acostagem que está sendo cobrada nos estacionamentos que orbitam a Rodoviária do Plano Piloto: R$ 12 a hora. A cobrança, que o parlamentar classificou como “abusiva”, faz parte do processo de privatização da rodoviária, em curso pelo GDF.

Valéria Costa
Valéria Costa
Jornalista, com 25 anos de profissão. Já atuou em veículos de comunicação em Manaus (AM) e Brasília (DF), na cobertura dos principais assuntos nas diversas editorias do jornalismo, com ênfase em política e opinião.

Leia mais

Mais do assunto