Arroubo imperialista
No próximo domingo (20), Donald Trump completa seis meses de mandato. Em meio ano, ele mostrou que ser presidente dos Estados Unidos é como se fosse um passaporte para dominar e manipular o resto do mundo com chantagens comerciais e medidas autocráticas com um único intuito: manter a supremacia americana, valorizar o american dream e torná-lo mais caro e inacessível para os simples mortais.
Dominação
Não bastasse o anúncio da mega tarifa de 50% à importação de produtos brasileiros pelos Estados Unidos, veio à tona a informação de que os gringos estão investigando o Brasil. Eles veem o sistema PIX, inovação genuinamente nacional, como uma ameaça ao comércio eletrônico e até a rua 25 de março, em São Paulo, famosa pelo intenso comércio popular, entrou na mira dos ianques.
Soberania
Para o chefe da Casa Civil, Rui Costa, a investigação americana é uma “intromissão absolutamente indevida”. “Não dá para imaginar um cenário onde um presidente de uma das duas maiores potências do mundo está preocupado com a 25 de Março e põe isso em um documento internacional; está preocupado com o meio de pagamento que um país adota e é abraçado por toda a população, empresas, sistema financeiro, que é o PIX”, afirmou.
Prejuízo
Estudo elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o principal prejudicado com a onda do “tarifaço” imposto pelo presidente americano Donald Trump a diversos parceiros comerciais é o próprio Estados Unidos. A medida também afeta, claro, a todas as nações taxadas. “O PIB americano pode cair 0,37% a partir das barreiras tarifárias impostas a Brasil, China e 14 outros países, além das taxas impostas à importação de automóveis e aço de qualquer lugar”, diz nota da entidade.
Perda geral
O presidente da CNI, Ricardo Alban, ressalta que é um jogo de “perde-perde” para todos, mas principalmente para os americanos. O dirigente também chama a atenção para os prejuízos que a medida deve acarretar ao Brasil, principalmente à indústria nacional, que tem nos Estados Unidos seu principal mercado. “É do interesse de todos avançar nas negociações e sensibilizar o governo americano da complementariedade das nossas relações. A racionalidade deve prevalecer”, pede Ricardo Alban.
Missiva
Em carta oficial enviada pelo governo brasileiro ao governo americano nesta semana, o Planalto reforça a indignação com a mega tarifa de 50% e relembra o diálogo de boa-fé que vem travando com os americanos para aprimorar o comércio bilateral entre os países. A carta ressalta, ainda, proposta enviada aos Estados Unidos em maio deste ano, em que apresenta minuta contendo áreas de negociação que ambos os países poderiam explorar para chegar a um consenso. Sem retorno, até o momento, dos Estados Unidos. A carta brasileira foi assinada pelos ministros Geraldo Alckmin (MDIC) e Mauro Vieira (Itamaraty).
Diferenças
Em artigo publicado no Diário de São Paulo, o professor de Relações Internacionais da Universidade da China, Marcus Vinícius de Freitas, faz uma relevante comparação nas formas de reação da China e do Brasil ao tarifaço de Trump. “Enquanto Pequim respondeu com coesão nacional, confiança no projeto de país e foco na resiliência, o Brasil tem demonstrado hesitação, oportunismo político e ausência de visão de Estado”, afirma o estudioso sobre a tentativa de coerção econômica dos Estados Unidos frente às demais nações soberanas.
IOF, novo capítulo
Em decisão divulgada ontem (16), o ministro do STF, Alexandre de Moraes, restabeleceu o aumento do IOF, reacendendo o belicismo entre oposição e governistas. Em nota, a oposição afirmou que “é mais um capítulo vergonhoso do desrespeito institucional que vem se tornando rotina no Brasil”. Assinada pelo líder da oposição na Câmara, o deputado federal Zucco (PL-RS), a nota diz ainda que é uma medida inconstitucional, autoritária e que ignora a vontade soberana do Congresso Nacional.
Harmonia
O Ministério da Fazenda também se manifestou sobre a decisão do STF, favorável à medida do governo. Em nota, a pasta que, a partir dessa “importante decisão, foram adequadamente reafirmadas as prerrogativas constitucionais”. “A decisão contribui para a retomada da harmonização entre os poderes e representa como o diálogo é fundamental para o retorno à normalidade institucional do país.”
Fato
Na madrugada de hoje (17), os deputados federais aprovaram o projeto de lei que cria novas regras para o licenciamento ambiental, a exemplo de novos tipos de licença, como para empreendimentos estratégicos e de adesão por compromisso com procedimentos simplificados e prazos menores para análise. O texto vai à sanção presidencial.