sábado, julho 19, 2025

O Brasil deixou de ser colônia há mais de 200 anos

Compartilhe

Arroubo imperialista

No próximo domingo (20), Donald Trump completa seis meses de mandato. Em meio ano, ele mostrou que ser presidente dos Estados Unidos é como se fosse um passaporte para dominar e manipular o resto do mundo com chantagens comerciais e medidas autocráticas com um único intuito: manter a supremacia americana, valorizar o american dream e torná-lo mais caro e inacessível para os simples mortais.

Dominação

Não bastasse o anúncio da mega tarifa de 50% à importação de produtos brasileiros pelos Estados Unidos, veio à tona a informação de que os gringos estão investigando o Brasil. Eles veem o sistema PIX, inovação genuinamente nacional, como uma ameaça ao comércio eletrônico e até a rua 25 de março, em São Paulo, famosa pelo intenso comércio popular, entrou na mira dos ianques.

Soberania

Para o chefe da Casa Civil, Rui Costa, a investigação americana é uma “intromissão absolutamente indevida”. “Não dá para imaginar um cenário onde um presidente de uma das duas maiores potências do mundo está preocupado com a 25 de Março e põe isso em um documento internacional; está preocupado com o meio de pagamento que um país adota e é abraçado por toda a população, empresas, sistema financeiro, que é o PIX”, afirmou.

Prejuízo

Estudo elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o principal prejudicado com a onda do “tarifaço” imposto pelo presidente americano Donald Trump a diversos parceiros comerciais é o próprio Estados Unidos. A medida também afeta, claro, a todas as nações taxadas. “O PIB americano pode cair 0,37% a partir das barreiras tarifárias impostas a Brasil, China e 14 outros países, além das taxas impostas à importação de automóveis e aço de qualquer lugar”, diz nota da entidade.

Perda geral

O presidente da CNI, Ricardo Alban, ressalta que é um jogo de “perde-perde” para todos, mas principalmente para os americanos. O dirigente também chama a atenção para os prejuízos que a medida deve acarretar ao Brasil, principalmente à indústria nacional, que tem nos Estados Unidos seu principal mercado. “É do interesse de todos avançar nas negociações e sensibilizar o governo americano da complementariedade das nossas relações. A racionalidade deve prevalecer”, pede Ricardo Alban.

Missiva

Em carta oficial enviada pelo governo brasileiro ao governo americano nesta semana, o Planalto reforça a indignação com a mega tarifa de 50% e relembra o diálogo de boa-fé que vem travando com os americanos para aprimorar o comércio bilateral entre os países. A carta ressalta, ainda, proposta enviada aos Estados Unidos em maio deste ano, em que apresenta minuta contendo áreas de negociação que ambos os países poderiam explorar para chegar a um consenso. Sem retorno, até o momento, dos Estados Unidos. A carta brasileira foi assinada pelos ministros Geraldo Alckmin (MDIC) e Mauro Vieira (Itamaraty).

Diferenças

Em artigo publicado no Diário de São Paulo, o professor de Relações Internacionais da Universidade da China, Marcus Vinícius de Freitas, faz uma relevante comparação nas formas de reação da China e do Brasil ao tarifaço de Trump. “Enquanto Pequim respondeu com coesão nacional, confiança no projeto de país e foco na resiliência, o Brasil tem demonstrado hesitação, oportunismo político e ausência de visão de Estado”, afirma o estudioso sobre a tentativa de coerção econômica dos Estados Unidos frente às demais nações soberanas.

IOF, novo capítulo

Em decisão divulgada ontem (16), o ministro do STF, Alexandre de Moraes, restabeleceu o aumento do IOF, reacendendo o belicismo entre oposição e governistas. Em nota, a oposição afirmou que “é mais um capítulo vergonhoso do desrespeito institucional que vem se tornando rotina no Brasil”. Assinada pelo líder da oposição na Câmara, o deputado federal Zucco (PL-RS), a nota diz ainda que é uma medida inconstitucional, autoritária e que ignora a vontade soberana do Congresso Nacional.

Harmonia

O Ministério da Fazenda também se manifestou sobre a decisão do STF, favorável à medida do governo. Em nota, a pasta que, a partir dessa “importante decisão, foram adequadamente reafirmadas as prerrogativas constitucionais”. “A decisão contribui para a retomada da harmonização entre os poderes e representa como o diálogo é fundamental para o retorno à normalidade institucional do país.”

Fato

Na madrugada de hoje (17), os deputados federais aprovaram o projeto de lei que cria novas regras para o licenciamento ambiental, a exemplo de novos tipos de licença, como para empreendimentos estratégicos e de adesão por compromisso com procedimentos simplificados e prazos menores para análise. O texto vai à sanção presidencial.

Valéria Costa
Valéria Costa
Jornalista, com 25 anos de profissão. Já atuou em veículos de comunicação em Manaus (AM) e Brasília (DF), na cobertura dos principais assuntos nas diversas editorias do jornalismo, com ênfase em política e opinião.

Leia mais

Mais do assunto