Movimentações
Embora o Congresso Nacional esteja de recesso, a bancada do Partido Liberal (PL) já convocou reunião em duas comissões da Câmara dos Deputados às quais preside, a de Relações Exteriores e a de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado para votar moções de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por conta das medidas cautelares a que foi imposto na sexta-feira (18) pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Reuniões
Ambas as reuniões estão agendadas para amanhã (22), a partir das 10h. A medida contraria o presidente da Câmara, o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), que já havia emitido nota na sexta-feira afirmando que o recesso parlamentar na casa legislativa estava mantido. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também emitiu nota confirmando o recesso neste período.
Reações
Mas os liberais e aliados de Jair Bolsonaro não querem deixar esfriar o enfrentamento das medidas cautelares impostas ao ex-presidente, como o uso da tornozeleira eletrônica e a restrição do ir e vir com toque de recolher e prometem diversas ações em desagravo ao líder. Em reunião agendada para hoje (21) na sede do Partido Liberal, os correligionários vão definir uma série de atos e manifestações de rua em favor do ex-presidente.
Nas ruas
A intenção do PL e de aliados do Bolsonaro é levar apoiadores para atos e protestos nas ruas para pressionar a opinião pública sobre o assunto. Em suas redes sociais, o PL postou que “é hora de a sociedade brasileira se posicionar com coragem. O povo deve voltar às ruas, de forma pacífica e ordeira, para exigir respeito à Constituição, à liberdade e à democracia.”
Guerra
Dos Estados Unidos, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se posiciona como se estivesse fora do alcance de qualquer impunidade e escalou a tensão entre os dois governos (Brasil e Estados Unidos), além de ameaçar instituições nacionais. Além de ter a metralhadora voltada para os magistrados do STF e para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ele agora ameaça agentes da Polícia Federal, além de mandar um recado para o presidente da Câmara, Hugo Motta: de que não vai perder o mandato, mesmo estando ausente do posto de trabalho.
Em tempo
A licença parlamentar de Eduardo Bolsonaro expirou ontem (20) e, se as faltas não justificadas a partir desta segunda-feira (21) começam a ser computadas pela Câmara. Se a licença não for renovada e as faltas contabilizadas, o mandato do deputado poderá ser cassado pela casa legislativa. Mas ele está firme de que vai continuar no mandato, mesmo estando em terras estrangeiras. E aí Motta?!
Sanções
Ainda na sexta-feira (18) à noite, o secretário de Estado do governo americano, Marco Rubio, anunciou em uma rede social que o visto de entrada nos Estados Unidos de ministros do STF e familiares e aliados estavam cancelados. A medida, sustentou Rubio na publicação, teve como justificativa de que o Brasil pratica “censura” e promove uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Cenário preocupante
A escalada das sanções dos Estados Unidos contra o Brasil escancara um momento crítico entre democracias causadas por questões políticas e pessoais, que estão extrapolando e passando por cima da diplomacia internacional. A reação tem que ser urgente e a conciliação mais ainda. Do jeito que as coisas caminham, o que se pode esperar até início de agosto, quando a mega tarifa de 50% começa a valer?
