Não senhores!
A tropa bolsonarista na Câmara dos Deputados teve as asas cortadas pelo presidente da casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que determinou o cancelamento de quaisquer reuniões de comissões durante o recesso parlamentar. Numa canetada, ontem (22), ele mandou publicar a decisão no Diário Legislativo e justificou que a medida garante pluralidade, uma vez que todos os deputados estão em férias.
Reuniões
O Partido Liberal preside as comissões de Relações Exteriores e de Segurança Pública na casa, na figura dos deputados Filipe Barros (PR) e Paulo Bilynskyj (SP), respectivamente. As lideranças do partido haviam convocado reuniões em ambas as comissões para ontem (22) a fim de votarem moções de desagravo em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está com medidas restritivas desde a última sexta-feira (18), imposta pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. Entre elas, o uso de tornozeleira eletrônica.
Desobediência
No entanto, o deputado Paulo Bilynskyj ignorou a determinação de Motta e manteve a reunião da Comissão de Segurança Pública com a participação de 25 membros, onde aprovaram uma moção em favor do ex-presidente. A Coluna apurou que, apesar do encontro, a moção aprovada não terá validade legal porque a reunião realizada no recesso parlamentar não está amparada no regimento interno.
Afronta
Em determinado momento da reunião não oficial, o deputado federal Delegado Caveira (PL-PA) ergueu a bandeira com o nome do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com apoio de outros parlamentares. Na bandeira, além do nome de Trump, estava estampado a sigla do movimento Maga (Make América Great Again) – Faça a América Grande de Novo, em tradução literal.
Rádio-cipó
Nos bastidores, a fofoca é que Hugo Motta ficou irritado com a baderna feita anteontem na casa legislativa, após o término da reunião de deputados e senadores do PL e de partidos aliados com a presença de Bolsonaro. Na saída do ex-presidente, houve um tumulto generalizado após ele mostrar a tornozeleira eletrônica para jornalistas presentes, imagem amplificada pelas câmeras de televisão e de centenas de celulares, causando muita confusão e um rastro de destruição com uma mesa quebrada no Salão Verde.
Força-tarefa
Enquanto isso, o governo federal corre contra o tempo para encontrar alternativas ao tarifaço imposto por Trump, que começa a vigorar em 9 dias. Desde a semana passada, o coordenador do comitê criado para negociar a questão, o vice-presidente e ministro da Indústria Geraldo Alckmin vem realizando reuniões diárias com os setores produtivos. Nesta quarta-feira (23), o político vai se reunir com o setor farmacêutico. Ontem (22), a pauta foram os fertilizantes.
Marketing hipócrita
Em seu artigo semanal na Folha de Pernambuco publicado ontem (22), intitulado “Traidores da Pátria”, o deputado federal Luciano Bivar (União-PE) faz uma fina crítica contundente ao atual momento em que o país atravessa, permeado por uma guerra política e econômica gerada internamente pela polaridade ideológica e extravasada, para além-mar, por agentes nacionais. Bivar lamenta que viu nascer de perto o que chamou de “frase hipócrita de marketing: Deus acima de tudo”, slogan que cresceu assustadoramente e sob seu manto nasceu atos antirrepublicanos, como as “famigeradas emendas secretas de relator.”
Vida que segue
Enquanto a direita do Brasil está enrolada com o futuro da disputa presidencial, já que seu principal expoente está em vias de ser preso e, a segunda alternativa, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é uma incógnita, outros presidenciáveis aproveitam a atual crise política que o país atravessa para se “lançarem” ao pleito. É o caso do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que vai confirmar sua pré-candidatura em grande evento no dia 16 de agosto, em São Paulo. No primeiro semestre, o governador do Goiás, Ronando Caiado (União Brasil), já havia dado passo semelhante.
Cidade verde
Capital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande aparece no topo como a cidade mais arborizada entre as capitais brasileiras em 2025. A premiação é da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e pela Fundação Arbor Day, que reconhece cidades comprometidas em manter e celebrar suas florestas urbanas. É o sexto ano consecutivo que Campo Grande é agraciada com o prêmio Tree City of the World.
