domingo, setembro 7, 2025

Temido na crendice popular, agosto inicia sob expectativas em meio à tensão diplomática

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Sobretaxa

Em cinco dias, no próximo dia 6, começa a vigorar a megatarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às exportações de produtos brasileiros àquele país. A semana será longa, cheia de tensão, expectativas e tentativas de negociação entres os dois governos. O Planalto defende o discurso da soberania e lamenta os canais fechados de negociação ampla com a Casa Branca.

Posicionamento

Segundo apurado pela Coluna, o presidente Lula prepara uma nota oficial sobre o momento que o país atravessa, que deve ser divulgada a qualquer momento. Além disso, o Planalto deve formalizar uma reclamação à Organização Mundial do Comércio (OMC) relacionada à sobretaxa americana, que vai impactar duramente a economia brasileira.

Anti-tarifa

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem que o plano de enfrentamento ao tarifaço, que a pasta está elaborando e que será apresentada ao presidente Lula, passa por uma “calibragem” interna. A previsão é que o Planalto divulgue as medidas nos próximos dias após análises da Casa Civil e da presidência.

Expectativa

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes – sancionado por Trump com a Lei Magnitsky, deve se pronunciar oficialmente nesta sexta-feira (1º), por ocasião do retorno do recesso forense. Pelo menos é o esperado. O presidente da corte, ministro Luís Roberto Barroso, também deverá se manifestar institucionalmente.

Apoio

E por falar em Moraes, ele foi a “estrela”, ontem (31), de um jantar oferecido pelo presidente Lula aos ministros do STF no Palácio do Alvorada. O encontro foi a forma de o governo se solidarizar com o magistrado e com o Supremo por conta dos ataques do presidente Donald Trump. Mas, nos bastidores, a iniciativa pegou mal, uma vez que os Poderes no Brasil são legalmente separados.

Terrorismo

Corre nos bastidores de que as sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes pelo presidente americano, como a Lei Magnitsky, deve alcançar outras autoridades do Brasil. No radar de Donald Trump estariam outros ministros do Supremo e até políticos com mandato.

Conspiração

A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) apresentou uma ação ao STF contra a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. A entidade pede que o parlamentar seja responsabilizado por dano moral coletivo e econômico ao país, com obrigação de indenizar a coletividade e ressarcir a Fazenda Nacional.

Dois pesos e duas medidas

O Partido Liberal (PL) expulsou, sumariamente, ontem (31), o deputado federal Antônio Carlos Rodrigues, de São Paulo, por ter criticado as medidas de Donald Trump contra o Brasil e saído em defesa do ministro Alexandre de Moraes. Em nota assinada pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto, ele afirmou que a pressão da bancada do partido foi muito grande, já que os nobres federais entendem que “atacar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é uma ignorância sem tamanho.”

Pegou mal

Antônio Carlos Rodrigues, que até então era um político do PL, chamou de “absurdo” a sanção contra Moraes, elogiou o ministro afirmando que “um dos maiores juristas do país, extremamente competente” e disse que Trump deveria cuidar dos Estados Unidos e não se meter com o Brasil. Os bolsonaristas não gostaram da declaração, haja vista que Moraes é, hoje, visto como o principal adversário e inimigo da família Bolsonaro. “O que precisamos é de diplomacia e de diálogo, não de populismo barato, que só atrapalha o desenvolvimento da nossa nação”, finaliza Valdemar.

Protesto

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), vai ter mais um conflito para administrar na próxima semana no retorno das atividades legislativas: os sete deputado federais que perderam o mandato devido à revisão das sobras eleitorais feita pelo Supremo Tribunal Federal prometem acampar na casa legislativa e realizar uma greve de fome para protestar. Eles criticam Motta que declarou a perda dos respectivos mandatos em ato da mesa diretora.

Revés

O protesto é encabeçado pelo deputado federal Gilvan Máximo (Republicanos-DF), um dos sete que terá que entregar o gabinete para os parlamentares que vão assumir os mandatos na próxima semana. Além dele, os outros seis que perderam o mandato são: Augusto Puppio (MDB-AP), Lázaro Botelho (PP-TO), Lebrão (União-RO), Professora Goreth (PDT-AP), Silvia Waiãpi (PL-AP) e Sonize Barbosa (PL-AP). No lugar deles, assumem Aline Gurgel (Rep-AP), André Abdon (PP-AP), Paulo Lemos (Psol-AP), Profa. Marcivânia (PCdoB-AP), Rafael Bento (Podemos-RO), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e Tiago Dimas (Podemos-TO).

Valéria Costa
Valéria Costa
Jornalista, com 25 anos de profissão. Já atuou em veículos de comunicação em Manaus (AM) e Brasília (DF), na cobertura dos principais assuntos nas diversas editorias do jornalismo, com ênfase em política e opinião.

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