A sustentabilidade e a preservação da Amazônia ganham mais notoriedade à medida que a COP-30, que será realizada em novembro em Belém (PA), se aproxima. O evento será um momento propício para autoridades mundiais debaterem e discutirem medidas de preservação que passam por financiamentos e ações concretas.
Esse foi um dos temas abordados nesta quinta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, pela 2ª Conferência Diálogos Amazônicos, realizada em Brasília pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam).
Na abertura do evento, feito pelo diretor da Escola de Políticas Públicas e Governo da FGV, Edson Kondo, ele chamou à reflexão para a preservação e a importância da Amazônia para o planeta: “A Amazônia é o ativo mais importante do mundo. A grande esperança de que o mundo seja mais sustentável.”
Kondo acrescentou, ainda, que um líder precisa sentir na pele o que é o Brasil e, que nas atividades de campo realizadas pela Escola de Políticas Públicas, uma expedição na Amazônia é disciplina obrigatória.
Além de Kondo, o tema da sustentabilidade e as perspectivas sobre a COP-30 e o papel da Amazônia foi debatido pelo secretário nacional do Clima do Ministério do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, Aloísio de Melo. “Temos que fazer mais, mais rápido e com maior amplitude para enfrentar essa situação. A emergência climática já faz parte da realidade e estamos vivendo essas mudanças”, disse o secretário.
Ele afirmou que a COP-30 na Amazônia tem essa perspectiva e responsabilidade de ação mais enérgica em medidas que possam mitigar os efeitos danosos das mudanças climáticas e também mostrar que é possível, sim, o desenvolvimento econômico mas respeitando as peculiaridades ambientais e sociais.
“O Brasil é um dos países mais emissores de gases de efeito estufa, mas também um dos países mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas, seja pelas precipitações, estiagem, oceano, o aumento do nível do mar”, salientou Aloísio.
No entanto, ele acrescentou que assim como está num papel de vulnerabilidade e também emissor de gases, o Brasil é um provedor de soluções de descarbonização que o mundo precisa em várias frentes: energética e de produtos industriais densos em tecnologia e com baixa pegada de carbono. “Com esse olhar que a gente se insere e sedia essa COP-30”, disse.
Pacto global
O secretário nacional de Mudança do Clima também fez um outro alerta: para haver o enfrentamento às mudanças climáticas e uma sustentabilidade de favoreça uma nova economia, mais limpa, é necessário uma pactuação, uma ação combinada entre os países. Segundo ele, não há outro caminho.
Aloísio adiantou que o Brasil está fazendo a parte dele e cravou para 2050 chegar a um carbono neutro no país, o que é uma meta desafiadora. “A meta é o país reduzir suas emissões de forma compatível com o desenvolvimento e com visão socioeconômica e de justiça climática, pois as mudanças climáticas impactam os negócios e as comunidades em geral.”