quinta-feira, setembro 4, 2025

A estratégia de Tarcísio para emplacar nome e aval na disputa presidencial

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Costura

Tarcísio de Freitas, o governador do poderoso estado de São Paulo, parece ter tomado gosto pela possibilidade de, realmente, ser candidato a presidente da República em 2026. Mas ele não quer ficar refém do apoio dos Bolsonaros. Ele quer algo mais amplo e que realmente sustente o seu voo eleitoral: o apoio do Centrão. Ele identificou essa possibilidade e já trabalha para ser o nome do grupo no pleito do ano que vem.

Alianças

Tarcísio já vem transitando há umas semanas nessa seara, tanto que líderes do Centrão já falam – com um discurso mais firme – em seu nome como possibilidade a Jair Bolsonaro nas eleições de 2026. E a semana que iniciou o julgamento do ex-presidente no STF foi a cereja do bolo para o presidenciável se “vender politicamente”. Como? defendendo abertamente o projeto da anistia e se reunindo em Brasília com lideranças do Congresso Nacional pressionando sobre o tema.

Planos

Tarcísio sabe que precisa ser ratificado por Bolsonaro e seus herdeiros políticos para se lançar, de fato, na disputa. Sabe também que encontra resistências dentro do clã, mas a defesa da anistia e seus movimentos nos últimos dias criticando o governo Lula e se comprometendo em conceder indulto presidencial a Bolsonaro, uma vez no Palácio do Planalto, revela seu desejo nada oculto de chegar ao posto máximo do país.

Anistia

Seu partido, o Republicanos, engrossou ontem o coro das siglas na Câmara que apoia a anistia aos acusados, presos e condenados do 8 de janeiro de 2023. Anistia que, uma vez aprovada, eles pretendem que alcancem a Jair Bolsonaro. O Republicanos é o mesmo partido do presidente da casa legislativa, Hugo Motta (PB) que, nesse momento, vê a pressão se intensificar em torno de si e já dá sinais de que não vai mais conseguir segurar a corda.

Freio

Mas, enquanto Motta tenta encontrar tempo para ver como trata da questão, internamente, o presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (União), não faz segredo e mostra a cara. Segundo apurado pela Coluna, ele já se comprometeu com o governo e com o presidente Lula que a anistia, ampla, geral e irrestrita como querem os bolsonaristas, não terá vez no Senado. O assunto foi um dos temas de almoço, ontem, entre Lula, Alcolumbre e ministros indicados pelo União Brasil.

Perguntar não ofende

Desde o primeiro semestre que Hugo Motta vem mostrando, em suas ações, que a anistia não terá vez na Câmara e, até mesmo em discursos mais duros. Nessa semana, com o início do julgamento de Bolsonaro e as estratégias adotadas pela oposição com apoio do Centrão, Motta parece ter murchado em relação ao tema. Mas, a Coluna está curiosa para saber qual é o posicionamento de Hugo Motta como parlamentar e pessoa física em relação à anistia?!

Corrupção

Afastado do cargo por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), chamou a medida de precipitada. Ele foi um dos alvos da Operação Fames-19 da Polícia Federal realizada ontem (3) em Palmas, acusado de desvio de recursos federais no enfrentamento à Covid-19 no estado.

Precedentes

Wanderlei é o segundo governador do estado, num intervalo de 4 anos, envolvido em escândalo de corrupção e ser afastado das funções. Em 2021, Mauro Carlesse (Agir) foi afastado do cargo pela Justiça e para escapar de um impeachment renunciou ao mandato, assumindo o então vice, Wanderlei Barbosa. Aliás, Tocantins tem um histórico de governadores envolvidos em escândalos de corrupção.

Personagem

A operação da PF mirou também o deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos), que foi alvo de busca e apreensão em condutas de quando era deputado estadual. Em nota enviada à Coluna, Ayres disse estar sereno e explicou que sua participação se restringiu à destinação de emendas parlamentares para a aquisição de cestas básicas, recursos que foram manuseados e aplicados pelo governo à época, quando ele estava como deputado estadual.

Reconhecimento

O município de Maués, no Amazonas, pode se tornar nos próximos dias a capital nacional do Guaraná. Projeto de lei de autoria do deputado federal Sidney Leite (PSD-AM) – que já foi prefeito da cidade – foi aprovado em votação terminativa na Comissão de Educação e Cultura do Senado com parecer favorável do senador Plínio Valério (PSDB-AM) e vai à sanção presidencial. O fruto é produzido em larga escala no município e há séculos pelos indígenas Munduruku e Sateré Mawé, além de ser matéria-prima para quase toda a cadeia de refrigerantes do país.

Valéria Costa
Valéria Costa
Jornalista, com 25 anos de profissão. Já atuou em veículos de comunicação em Manaus (AM) e Brasília (DF), na cobertura dos principais assuntos nas diversas editorias do jornalismo, com ênfase em política e opinião.

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