Aposta
Na reunião do Colégio de Líderes da Câmara dos Deputados, amanhã (16), há uma grande expectativa de que o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) coloque o assunto da anistia em pauta para fecharem acordo sobre a votação da urgência em plenário (ou não). A pressão se intensificou na semana passada, por ocasião do resultado do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de estado pela Primeira Turma do STF.
Mantra
A oposição bolsonarista está confiante com o avanço do acordo e passou a semana entoando a afirmação aos quatro cantos. O grupo garante que tem cerca de 300 votos para aprovar a matéria em plenário. Mas lá no íntimo, eles sabem que não será tão fácil como o discurso faz parecer. Anistiar a quem depredou o patrimônio público e quem atentou contra a democracia ainda não tem o apoio irrestrito da população, das autoridades e das instituições.
Sinuca de bico
Enquanto isso, Hugo Motta vem tentando – desde fevereiro quando assumiu a presidência da Câmara – administrar a questão. Tem conseguido até agora, pese toda a sorte de pressão, cobranças e críticas que têm sido alvo dos principais interessados em emplacar o perdão do vandalismo visto a olho nu naquele domingo, 8 de janeiro de 2023. Se ele vai resistir, a reunião de líderes amanhã vai dizer.
Sem apelo
Os bolsonaristas defendem uma anistia ampla, geral e irrestrita. Além disso, a proposta rascunhada pelo grupo coloca como marco temporal para o benefício o ano de 2019 até à posteridade e, com o eventual perdão, também cravam o retorno da elegibilidade de Jair Bolsonaro. Mas esse texto não deve prosperar, segundo apurado pela Coluna.
Penalidades
O ex-presidente Bolsonaro e os outros sete réus condenados por tentativa de golpe de estado devem começar a cumprir a pena em regime fechado ainda neste ano, após finalizado o trânsito e julgado dos embargos de declaração e a publicação dos acórdãos com as respectivas sentenças. O único que ficou livre do regime fechado foi o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. Ele foi condenado a 2 anos em regime aberto.
Muito a explicar
O lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, preso na semana passada em um desdobramento da Operação Sem Desconto da Polícia Federal, vai estar presente, hoje (15), na CPMI do INSS para depor sobre as acusações que pesam sobre ele, de ser um dos principais articuladores e operadores do esquema de corrupção que roubou mais de R$ 6 bilhões de aposentados e pensionistas. A informação é do presidente do colegiado, o senador Carlos Viana (Podemos-MG).
Carta a Trump
O presidente Lula usou da mesma tática do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump: por meio de um artigo publicado ontem (14) no jornal americano The New York Times, ele enviou um recado direto: “Presidente Trump, continuamos abertos a negociar qualquer coisa que possa trazer benefícios mútuos”. A declaração é em referência às sanções tarifárias impostas pelos EUA a produtos brasileiros exportados para aquele país. Lula acrescentou, ainda, que “a motivação da Casa Branca é política”.

