sábado, outubro 25, 2025

As ‘fogueiras’ semanais que a CPMI do INSS têm que pular

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Não pode ficar impune

Passados mais de 30 dias de trabalhos da CPMI do INSS no Congresso Nacional, o colegiado vem lutando para mostrar à sociedade o trabalho que vem realizando na investigação da fraude bilionária – que não é a primeira e não deve ser a última – que atinge este órgão, que se tornou vulnerável e a “galinha dos ovos de ouro” de toda a sorte de lobistas que frequentam o Poder.

Prisão

Na madrugada de hoje (30), após longas horas de depoimento na CPMI, o presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes, foi preso em flagrante após voz de prisão dada pelo presidente da comissão, o senador Carlos Viana (Podemos-MG). O dirigente foi acusado de mentir sem freio e negar envolvimento nas fraudes do INSS. Mas, após depoimento e pagar fiança, Carlos Alberto foi solto por volta das 4h da manhã.

Precedente

Essa é a segunda prisão que acontece no âmbito da CPMI do INSS num intervalo de uma semana. Na madrugada da última terça-feira (23), o economista Rubens Oliveira Costa, apontado como sócio de Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, também recebeu ordem de prisão em flagrante de Viana pelo crime de falso testemunho. Mas, também foi liberado após prestar depoimento à Polícia Legislativa do Senado.

Queixas

O senador Carlos Viana tem criticado o que chamou de interferência da PGR e do STF nos trabalhos da comissão, como a concessão de habeas corpus para investigados ficarem calados durante o depoimento e responder somente o que lhes são convenientes. Um dos pontos de tensão foi o depoimento do advogado Nelson Williams, que chegou à comissão amparado por teste mecanismo jurídico e sua postura acabou por criar uma irritação e tensão generalizada entre os membros do colegiado.

Recuo ou estratégia?!

Após sair da visita de mais de três horas, ontem (29), ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – que está em prisão domiciliar em Brasília – o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse aos jornalistas que é pré-candidato, sim, mas à reeleição no governo de São Paulo. Tarcísio tem reforçado esse discurso há algumas semanas, após virar alvo do grupo político que o criticou por estar aproveitando a situação para se “vender” como pré-candidato presidencial.

Até o fim

Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que também estava na visita, reforçou que o grupo defende a anistia geral, inclusive para seu pai, o ex-presidente, de forma que ele possa ser “liberado” para disputar as eleições presidenciais do próximo ano. O senador rechaçou uma eventual proposta de dosimetria, que deve ser apresentada pelo relator na Câmara, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP).

Adiamento

Sob a presidência do ministro Edson Fachin, que tomou posse ontem (29), o Pleno do Supremo Tribunal Federal deve julgar, hoje, sobre a readequação das bancadas da Câmara dos Deputados e o postergamento desse realinhamento para as eleições de 2030. O ministro Luiz Fux concedeu uma liminar adiando esse aumento das bancadas a pedido do presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), que alegou falta de tempo hábil para a casa apreciar o veto do presidente Lula à matéria e a possível implantação nas eleições do próximo ano.

Só em 2030

A tendência é que a liminar de Fux seja referendada, pois para que a nova regra valesse para as eleições de 2022 teria que estar publicada no Diário Oficial um ano antes das eleições, ou seja, no próximo dia 4 de outubro, no sábado, dentro de quatro dias. A decisão vai ser um balde de água fria em sete estados que ganhariam mais representatividade na Câmara dos Deputados já no próximo pleito.

Valéria Costa
Valéria Costa
Jornalista, com 25 anos de profissão. Já atuou em veículos de comunicação em Manaus (AM) e Brasília (DF), na cobertura dos principais assuntos nas diversas editorias do jornalismo, com ênfase em política e opinião.

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