segunda-feira, setembro 8, 2025

Atos do 7 de Setembro vão delinear decisões no Congresso e no STF

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Senha

O decano do Supremo Tribunal Federal (SF), ministro Gilmar Mendes, deu a pista sobre o resultado do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se encerra na próxima sexta-feira (12), na Primeira Turma da Suprema Corte, do qual ele não é membro. Em post em suas redes sociais ontem (7), o magistrado fez uma dura defesa da democracia e do estado democrático de direito ao rebater declarações críticas do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, contra a instituição.

Sem perdão

Gilmar Mendes lembrou em seu post que “crimes contra o Estado Democrático de Direito são insuscetíveis de perdão. Cabe às instituições puni-los com rigor e garantir que jamais se repitam”. O decano da corte ficou indignado com a fala de Tarcísio, ontem, em ato em São Paulo, quando o governador afirmou que o país vive uma “ditadura da toga” e que o ministro Alexandre de Moraes é um “tirano”.

Cansado

Na opinião do ministro, o Brasil não aguenta mais sucessivas tentativas de golpe de estado, que trazem instabilidade e insegurança jurídica e econômica para o país, além de ameaçar a democracia e a liberdade do povo. No ato pró-anistia e, em defesa de Jair Bolsonaro, realizado ontem em diversas capitais brasileiras, a oposição reforçou o discurso em torno da inocência do ex-presidente, defendeu a anistia ampla, geral e irrestrita aos acusados, condenados e presos do 8 de janeiro, além de criticar o STF e o governo Lula3.

Pressão

Além das críticas ao STF, a ofensiva da oposição também se volta ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que coloque em pauta o debate da anistia na casa legislativa. O parlamentar tem usado do discurso cauteloso para tratar a questão. Ainda não cravou data, mas já admite que o projeto pode vir ser a pautado. Mas, essa semana, as sessões no Parlamento serão semipresenciais. O que significa que a Câmara ficará mais esvaziada.

Semana decisiva

Amanhã (9), a Primeira Turma do STF retoma as sessões de julgamento dos acusados do núcleo central da tentativa de golpe de estado no país, que tem o ex-presidente Bolsonaro apontado como líder e mais sete réus, todos ex-integrantes do primeiro escalão de seu então governo. Também é esperado para amanhã o conhecimento do voto do ministro Alexandre de Moraes, se será pela absolvição ou condenação dos réus. As sessões se estendem durante toda a semana, finalizando na sexta com os votos dos demais membros da corte.

Depoimento

O ex-ministro da Previdência Social do Lula3, Carlos Lupi, será ouvido na tarde de hoje (8), na CPMI do INSS. O convite partiu do relator da comissão, o deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), pois, segundo ele, Lupi tem informações primordiais sobre quais ações a pasta tomou para investigar e frear o roubo nos benefícios dos aposentados e pensionistas. Lupi esteve no ministério de janeiro de 2023 a maio deste ano.

‘Insubstituível’

Para os bolsonaristas mais ferrenhos, o ex-presidente é o único nome que o grupo tem para a disputa presidencial. Isso foi reforçado em fala de Tarcísio de Freitas – presidenciável – como também na do senador Ciro Nogueira (PP-PI). Para eles, não há outro. Mas, na prática não tem sido bem assim. O próprio Tarcísio, mesmo sem admitir publicamente, vem agindo nos bastidores como realmente uma alternativa da direita para a disputa presidencial.

Líder

Ciro Nogueira reforçou em post nas redes sociais que Bolsonaro é o “maior líder popular da direita brasileira”. E rechaçou qualquer ensaio do Centrão de “abandoná-lo” em detrimento de outra candidatura ou outra liderança política. Acontece que o seu partido, o PP, que integra uma Federação partidária com o União Brasil, detém outros nomes que aspiram à presidência da República.

Flopou?

No meio da turbulência que está a política brasileira, o aumento do número de deputados federais – que é mal visto por maioria da população brasileira – está ameaçado de não vingar para as próximas eleições. O veto do presidente Lula à proposta ainda não foi votado pelo Congresso Nacional, embora já esteja pronto para a deliberação em plenário e na pauta da próxima sessão conjunta do Congresso, marcada para amanhã (9).

Valéria Costa
Valéria Costa
Jornalista, com 25 anos de profissão. Já atuou em veículos de comunicação em Manaus (AM) e Brasília (DF), na cobertura dos principais assuntos nas diversas editorias do jornalismo, com ênfase em política e opinião.

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