sexta-feira, maio 16, 2025

Com aporte bilionário, iniciativa privada planeja construir primeira usina termelétrica a gás de Brasília

Empresas Diamante Geração de Energia e Termo Norte Energia aguardam sair a concessão e também o licenciamento ambiental prévio do Ibama

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As empresas Diamante Geração de Energia e Termo Norte Energia, com sede em Santa Catarina, planejam construir a primeira Usina Termelétrica (UTE) de Brasília, cujo início das obras está previsto para janeiro de 2031. Os investimentos, que poderão ser casados com capital próprio e bancos públicos, são da ordem de R$ 6,5 bilhões, se for na configuração 1.470 MW. Se for para 500 MW, o aporte será de R$ 2,2 bilhões.

Mas, até chegar a este ponto, as empresas dependem do Leilão de Reserva de Capacidade na forma de Energia (LRCE), a ser realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mas que ainda não tem data definida, e da licença ambiental prévia junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Movida a gás natural, o principal objetivo desta usina termelétrica é expandir o combustível para todo o Centro-Oeste a partir da capital federal. Estudo destas empresas apontam que o uso do gás natural por pelo menos 30% da frota de veículos em Brasília, por exemplo, teria potencial para cortar 400 mil toneladas de gás carbônico (CO₂) por ano, o que ajudaria a reduzir bastante o estrago na atmosfera.

Expansão 

A ideia de levar o gás natural para mais regiões está no centro das estratégias globais de combate às mudanças climáticas. O tema é abordado, inclusive, em estudo recente da FGV Energia. Segundo ele, o gás natural é um “combustível de transição” essencial para reduzir as emissões, especialmente em setores como o transporte, onde ainda é difícil usar fontes totalmente renováveis.

Mas, como explica o diretor da UTE Brasília, Isaac Mizrahi, não é só a redução dos gases do efeito estufa que está em jogo. “O uso de gás natural também melhora a qualidade do ar nas cidades, pois, ao substituir outros combustíveis nas indústrias, transportes e residências, não libera poluentes que afetam a saúde, como o enxofre e o material particulado.”

Hoje, a maior parte da infraestrutura de distribuição de gás canalizado do Brasil está concentrada no litoral, o que limita o acesso de várias regiões ao energético. Expandir essa rede para o interior significa dar mais oportunidades para cidades crescerem de forma limpa e moderna, além de estimular a criação de empregos e novas cadeias produtivas.

O gás natural também pode se integrar ao biometano — um combustível renovável feito a partir de resíduos —, criando uma matriz energética mais limpa e resiliente, integrando fontes fósseis de menor impacto e renováveis no futuro.

Ao levar o gás natural para mais regiões do Brasil, projetos como a UTE Brasília não apenas garantem energia mais segura e barata, mas também ajuda o país a cumprir suas metas de redução de carbono e de desenvolvimento sustentável, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, geração de empregos e um futuro energético muito mais limpo.

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