sábado, outubro 25, 2025

Com tantas confusões e bate-bocas, CPMI do INSS corre o risco de virar uma fraude

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Sangrando

A cada sessão da CPMI do INSS o ringue é retomado e os embates entre os membros da oposição e situação renovados com fervor. É quase como se fosse um pacto silencioso, entre as duas correntes, para minar os trabalhos da comissão, cujo objetivo principal é desvendar todo o organograma do roubo bilionário nos benefícios dos aposentados e beneficiários da assistência social.

‘Quinta série’

Deputados e senadores membros da comissão, sejam do PT, do PL, do Centrão parecem aqueles alunos mal-educados e desobedientes à ordem do mestre que está conduzindo a aula, que tem que parar suas intervenções com bastante frequência para chamar a atenção e agir como juiz para separar os meninos briguentos. É tipo isso que está acontecendo nos trabalhos da CPMI do INSS.

Discussão

E ontem, claro, não foi diferente. Participando pela primeira vez dos trabalhos como suplente do partido, o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), protagonizou uma discussão acalorada com o líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP). O pano de fundo: a votação do requerimento para convocar o sindicalista Frei Chico, irmão do presidente Lula, que é vice-presidente do Sidnapi, entidade que acusada de ser uma das grandes beneficiadas do roubo dos aposentados.

Tropa de choque

Venceu a maioria e, por 19 a 11, a comissão derrubou a convocação de Frei Chico. Sóstenes não poupou o verbo e afirmou que a bancada do PT e o governo são hipócritas, que não querem investigar quem roubou os aposentados. Para o senador Izalci (PL-DF), quem não deve, não teme. “Se o Frei Chico não pode vir é porque ele teme alguma coisa. O governo colocou a tropa de choque aqui”, acrescentou. Segundo ele, o irmão do presidente Lula atuou como lobista.

Paciente

Tentando manter a calma, a autoridade e a serenidade, o presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), chamou a atenção de todos e afirmou que os excessos têm acontecido de ambos os lados. “Eu tenho tido muita paciência com os dois lados e peço a gentileza da colaboração. Mas, se houver a necessidade de que o artigo 22 seja utilizado, a presidência o fará.”

‘Peixe pequeno’

Durante seu depoimento, ontem na CPMI, o assessor da Conafer (entidade envolvida no escândalo do INSS), Cícero Marcelino de Souza Santos, admitiu que abriu empresas para prestar serviços à entidade, reconhecendo na prática que recebeu R$ 300 milhões que passaram por suas mãos, segundo ele, para pagar empresas e pessoas orientadas pela Conafer. Por muito pouco, ele não recebeu voz de prisão por parte do relator, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), que afirmou que Cícero é apenas um “laranja”.

Quase escolhido

Os bastidores de Brasília dão como certa a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, pelo presidente Lula para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso. A corrente ganhou força após encontro, ontem, entre o presidente, Messias e pastores da Igreja Assembleia de Deus. Nem o Planalto e nem Messias confirmam, mas a aposta é que seu nome seja formalizado ao Senado na próxima semana.

Não vai prosperar

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a casa não vai permitir que as companhias aéreas cobrem taxa até pela bagagem de mão nas viagens. “A Câmara não vai aceitar esse abuso. Vou pautar a urgência do PL 5041/25, do deputado Da Vitoria (PP-ES), que garante o direito do passageiro de levar consigo uma mala de mão e um item pessoal sem cobrança adicional. O consumidor vem em primeiro lugar”, disse em suas redes sociais.

Valéria Costa
Valéria Costa
Jornalista, com 25 anos de profissão. Já atuou em veículos de comunicação em Manaus (AM) e Brasília (DF), na cobertura dos principais assuntos nas diversas editorias do jornalismo, com ênfase em política e opinião.

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