Despedida
Após 12 anos como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e dois, como presidente da corte máxima da justiça brasileira, o jurista Luís Roberto Barroso tomou uma decisão: renunciar ao cargo no Supremo e antecipar, em oito anos, a sua aposentadoria compulsória. Com certeza não deve ter sido uma decisão fácil, como transpareceu em seu discurso emocionado, ontem, quando se despedia da corte e dos colegas do Pleno. Desprovido de qualquer vaidade, ele deixou claro que não “tem apego ao poder”.
Protagonismo
Conhecido como um humanista, Barroso conduziu um importante e histórico momento do Judiciário brasileiro: o julgamento da tentativa de golpe de estado patrocinada, como apontam as investigações, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu grupo político. Aos 67 anos de idade e com toda a experiência acumulada ao longo de toda uma trajetória no direito, o ministro quer “viver um pouco mais da vida que me resta sem a exposição pública, as obrigações e as exigências do cargo, com espiritualidade, mais literatura e poesia.”
Reincidência
Num intervalo de uma década, essa é a segunda vez que um ministro do STF decide por antecipar a aposentadoria compulsória. Em 2014, após presidir a corte máxima e conduzir o julgamento do mensalão, o então ministro Joaquim Barbosa tomou uma decisão inédita: antecipar em 11 anos a sua aposentadoria, aos 59 anos de idade. Naquela época, a aposentadoria compulsória no serviço público era aos 70 anos de idade. Hoje, é aos 75 anos.
Aspirantes
Com essa decisão de Barroso, inicia nos bastidores do Judiciário e da política uma corrida insana pela cobiçada vaga aberta de forma extraordinária. E caberá ao presidente Lula indicar o “sortudo” para ocupar a cadeira pelos próximos longos anos, pese a idade do escolhido. Claro que essa indicação terá que ser ratificada pelo Senado, o que potencializa a pressão em torno desta escolha.
Candidatos potenciais
A bolsa de aposta nos bastidores de Brasília já começou a girar e, pelo menos quatro nomes aparecem na preferência do presidente Lula: o advogado-geral da União, Jorge Messias; o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho; o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas; e o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Será se teremos surpresas? Qual o palpite de vocês?
Poder
Será a terceira vez, somente neste mandato, que o presidente Lula vai indicar um membro do STF. Desde que assumiu, em 2023, ele já alçou ao cargo – com o aval do Senado – os ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino, que ocuparam as vagas após as respectivas aposentadorias de Ricardo Lewandowski e Rosa Weber.
Não deu Trump
A coragem e o comprometimento na defesa da paz renderam à líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, o Prêmio Nobel da Paz de 2025, divulgado nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (10). Conforme o Comitê Norueguês do Nobel, a escolha se deu por “seu trabalho incansável promovendo os direitos democráticos para o povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”. María Corina vai receber 11 milhões de coroas suecas, o equivalente a cerca de R$ 6,2 milhões.
Ficou na vontade
Ironicamente, o resultado sai no dia em que começa, oficialmente, a paz e o cessar-fogo entre Israel e Hamas, na faixa de Gaza, uma das bandeiras do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o que lhe colocou na disputa pelo Prêmio Nobel da Paz. O norte-americano estava convicto de que levaria a premiação, que iria ser sacramentada neste dia histórico. Mas, qual não foi a surpresa quando se abriram os envelopes?!
Temático
A um mês do início da COP-30, o Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos) lançou um site especial para abordar o financiamento climático, um dos principais temas a ser abordado e discutido entre as Nações que irão participar da Conferência do Clima, em Belém no Pará, a partir de 10 de novembro. A ONG defende o financiamento climático, que seja público, justo e acessível. A plataforma oferece, ainda, um e-book gratuito com estes temas para jornalistas. O site pode ser acessado neste link.
Convicto
O presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira (PI) está certo, como dois e dois são quatro, que seu grupo político irá vencer a eleição presidencial de 2026, mesmo com o favoritismo do presidente Lula, hoje, nas pesquisas. A certeza foi dada ontem (9), após sair de visita realizada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar em Brasília.
Falta adversário
“Eu vejo muito esse cenário do Lula de um time que se diz favorito, mas é porque só tem um time em campo. Na hora que entrar o outro time que tem quadros muito melhores do que o do presidente Lula, nós vamos vencer essa eleição”. Na sua avalição, os potenciais nomes para essa vitória, na ausência de Bolsonaro, são os governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Ratinho Jr (PR).
Medida
Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que torna obrigatório o exame oftalmológico ou optométrico dos empregados. A proposta acrescenta dispositivos na CLT. A matéria, de autoria do deputado federal Bacelar (PV-BA), teve o relatório favorável do deputado federal Daniel Almeida (PCodB-BA) aprovado na Comissão do Trabalho. O texto determina que seja indicado exame oftalmológico completo quando forem detectadas alterações na avaliação feita na admissão ou na demissão. Além disso, poderá haver exames periódicos, de acordo com os riscos ocupacionais.

