terça-feira, maio 6, 2025

Crise no governo Lula força uma reforma ministerial às avessas

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Judicialização

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) acionou a Justiça Federal no final de semana para derrubar a posse do novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, que assume no lugar de Carlos Lupi, em meio aos escândalos de fraudes nos benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. Lupi pediu demissão do cargo na última sexta-feira (2), após ficar insustentável a sua permanência no ministério e vir à tona a omissão do agente público sobre a corrupção interna no INSS.

Corrupção

Damares alega que a nomeação do novo ministro é a permanência da estrutura que ignorou alertas sobre os descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas. Wolney era secretário-executivo da Previdência, o número 2 no ministério, e esteve presente em pelo menos duas reuniões do Conselho Nacional da Previdência Social quando foram denunciadas essas irregularidades.

Mudanças

Em menos de 30 dias, o presidente Lula se viu forçado a realizar duas mudanças no corpo ministerial que não estavam previstas, embora uma reforma na Esplanada dos Ministérios está sendo ventilada desde o início do ano. Agora, embalado por estes acontecimentos, o presidente já planeja trocar o comando do Ministério das Mulheres ainda esta semana. No lugar da ministra Cida Gonçalves deve assumir a ex-ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes.

Prazo se esgota

Faltando pouco mais de um mês para que o Congresso Nacional cumpra a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) e realize a readequação do número das bancadas federais, de forma a atender ao Censo 2022 do IBGE, a Câmara dos Deputados deve votar nesta semana o pedido de urgência da votação em plenário da matéria. O plano é manter as 513 cadeiras, mas redistribuindo as vagas, em que sete estados perdem e outros sete, ganham. No entanto, uma outra vertente – encabeçada pelo presidente da casa, deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) – trabalha para aumentar em mais 14 vagas, mas sem custos adicionais ao Parlamento.

Em casa

Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta hospitalar ontem (4) depois de 22 dias internado num hospital particular, em Brasília. A recomendação médica é ele ficar em repouso, com o tratamento em casa e evitar quaisquer aglomerações para sua total recuperação da 7ª cirurgia, realizada em quase 7 anos, desde que foi vítima de uma facada que perfurou o intestino, durante a campanha presidencial de 2018.

Presença

Apesar das recomendações médicas, Bolsonaro escreveu em sua conta na rede social X que vai tentar participar do ato em favor pela anistia aos presos do 8 de janeiro de 2023, agendado para acontecer no final da tarde da próxima quarta-feira (7), em Brasília. Os organizadores planejam fazer uma “caminhada pacífica pela anistia humanitária”, saindo da Torre da TV, na área central de Brasília, rumo ao Congresso Nacional.

Pressão

Mais uma semana se inicia e os bolsonaristas na Câmara dos Deputados planejam endurecer a cobrança junto ao presidente, Hugo Motta, para que coloque na pauta de votação o projeto de lei que favorece a anistia. A pressão é encabeçada pelo líder do Partido Liberal (PL), deputado federal Sóstenes Cavalcante (RJ), mas ele e os aliados terão que renovar suas estratégias porque Hugo Motta deixou bem claro que uma das prioridades da casa é a votação do projeto de lei que amplia a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil.

Visita oficial

O coordenador para sanções do governo de Donald Trump, David Gamble, está no Brasil onde vai realizar uma série de reuniões bilaterais com o governo Lula, além de se encontrar com parlamentares da direita brasileira. Gamble terá agenda no Itamaraty e no Ministério da Justiça, onde a pauta principal é sobre o combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas. Ele planeja também, segundo veiculado na imprensa nacional, visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que já está se recuperando em casa de recente cirurgia.

Valéria Costa
Valéria Costa
Jornalista, com 25 anos de profissão. Já atuou em veículos de comunicação em Manaus (AM) e Brasília (DF), na cobertura dos principais assuntos nas diversas editorias do jornalismo, com ênfase em política e opinião.

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