terça-feira, junho 3, 2025

Debates sobre o PL do imposto de renda começam nesta terça-feira (20)

O plano de trabalho apresentado pelo relator da matéria, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), prevê cinco audiências públicas sobre o tema

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Os debates em torno do projeto de lei 1087/25, que altera legislação do imposto de renda, começam nesta terça-feira (20) na comissão especial instalada na Câmara dos Deputados. Ao todo, o relator da matéria, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), planeja realizar um ciclo de cinco audiências públicas até o dia 20 de junho, com previsão de entregar seu relatório no dia 27 de junho e votação da matéria na comissão até 16 de julho, antes do recesso parlamentar.

O presidente da comissão, deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT-MA), disse à reportagem que as audiências públicas vão acontecer todas às terças-feiras com início às 9h30.

Para o primeiro debate foram convidados o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto; o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Sérgio Wulff Gobetti; o professor de direito tributário da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Gustavo André Brigagão; e o professor de economia da Universidade de Leeds, em Londres, Guilherme Klein Martins. Todos confirmaram presença.

O projeto de lei é de autoria do governo federal e uma das grandes apostas do Planalto para reverter a queda de popularidade do presidente Lula. O destaque da matéria é ampliar a faixa isenção do imposto para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil mensais, o que beneficiaria de imediato já em 2026 cerca de 10 milhões de pessoas. Para quem ganha acima desse valor até o limite de R$ 7 mil, a proposta é aplicar uma redução proporcional no imposto.

Além da isenção para um público maior, o projeto de lei também prevê a criação de um novo modelo de tributação sobre altas rendas, chamado Imposto de Renda da Pessoa Física Mínimo (IRPFM), que incidirá sobre lucros e dividendos superiores a R$ 50 mil pagos por uma mesma empresa a uma pessoa física no mês. A alíquota será de 10%. Quem tiver rendimentos acima de R$ 600 mil ao ano também será tributado, com alíquota progressiva até chegar a 10% para quem ultrapassar R$ 1,2 milhão.

Em seu plano de trabalho, Arthur Lira propôs o convite para outras autoridades e entidades ao debate, como Robinson Sakiyama Barreirinhas, secretário especial da Receita Federal do Brasil; Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal; Mário Sérgio Carraro Telles, representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI); Gilberto Alvarenga, representante da Confederação Nacional do Comércio (CNC); além de representantes da Frente Nacional de Prefeitos (FNP); da Confederação Nacional de Municípios (CNM); do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz); da Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais (Abrasf); e da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).

A projeção do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), é aprovar a matéria em plenário até 30 de setembro para que seja encaminhado à votação no Senado. O governo quer aplicar a nova regra na declaração do imposto de renda de 2026.

Com informações da Agência Câmara

Valéria Costa
Valéria Costa
Jornalista, com 25 anos de profissão. Já atuou em veículos de comunicação em Manaus (AM) e Brasília (DF), na cobertura dos principais assuntos nas diversas editorias do jornalismo, com ênfase em política e opinião.

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