Há pelo menos uma década, a política brasileira vem passando por transformações e acontecimentos céleres que deixam qualquer um, que esteja acompanhando o mínimo, atônito. Em dez anos, houve impeachment, ascensão e queda de medalhões da política, articulações de bastidores nada ortodoxas, o surgimento de novos personagens no cenário político, o nascimento de uma Justiça mais militante, pandemias, endemias, caos social, político e econômico. Enfim.
Os últimos 4 anos, desde que o presidente Lula retornou ao poder, a confusão política ganhou corpo no país e o crescimento e desenvolvimento têm sido condicionados ao humor do Congresso Nacional. Até o dia de hoje, 25 de novembro de 2025, o país é regido pelo sistema presidencialista. Mas o Parlamento brasileiro insiste em atuar ou tenta implantar um sistema parlamentarista. Alguém está falhando.
Vejamos, o ex-presidente da Câmara, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), é um dos entusiastas desse sistema, inclusive, sob a sua presidência, articulou uma discussão nesse sentido. O atual dirigente, Hugo Motta (Republicanos-PB), ainda não se definiu otimista do Parlamentarismo, mas possui um discurso que ora flerta com o sistema ora entende a obrigatoriedade de se separar a independência dos Poderes.
Davi Alcolumbre (União-AP), senador e presidente do Congresso Nacional e do Senado, nunca falou abertamente a respeito, mas os bastidores dos últimos dias têm mostrado uma briga de força entre os poderes legalmente constituídos. O pano de fundo: a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, pelo presidente Lula, para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF).
As intrigas palacianas e legislativas dão como certa uma irritação de Alcolumbre por não ter emplacado, junto ao presidente da República, o nome de seu aliado, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para a vaga cobiçada no Judiciário. O que pode colocar em risco a frágil relação entre Planalto e Congresso, num momento em que a tensão política chega a seu ápice, com a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Se esse humor se confirmar, cai por terra o discurso de que tudo se faz pela democracia, pelo povo e para o povo.
Enquanto isso, a prisão de Bolsonaro foi referendada pelos membros da Primeira Turma do STF, o que agrava ainda mais o caos político que o país atravessa, faltando menos de um ano para as eleições presidenciais.
Os deputados e senadores do Partido Liberal e de partidos aliados ao bolsonarismo retomaram a ofensiva em favor do projeto da anistia ampla, geral e irrestrita, que se arrasta no Congresso Nacional desde 2023. Agora, pretendem, mais do que nunca, endurecer não só o discurso, mas as ações.
Os que estão atônitos, acompanhando o desenrolar de como se faz política no Brasil, já temem o que pode vir dessa briga de ideologia nos próximos dias e meses, os prejuízos que, por ventura, isso possa causar ao sistema social e econômico do país. Já não bastasse toda as feridas que as mazelas, desigualdades sociais, o crime organizado e a corrupção causam no povo brasileiro, pode vir, ainda, coisa pior.
No meio da celeuma, outros grupos políticos tentam emplacar um discurso alternativo, com a defesa de um candidato alternativo à disputa presidencial de 2026, fora do lulismo e do bolsonarismo. Nesse campo, ganha força o nome do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD).
Vejamos os próximos capítulos da curiosa política brasileira!

