Medidas
Era esperado para esta terça-feira (12) um anúncio oficial, por parte do presidente Luís Inácio Lula da Silva, das ações contidas num plano de contingência para atender aos setores da economia afetados pelo tarifaço de Donald Trump. Mas o governo ainda não fechou o pacote, mesmo após ampla reunião, ontem, com o vice, Geraldo Alckmin, e ministros envolvidos na discussão.
Demora
Na manhã de hoje (12), o presidente Lula tem agenda com o chefe da Casa Civil, Rui Costa, e a expectativa é que alinhem os últimos detalhes do plano de socorro às empresas afetadas para um anúncio público. Mas, os principais pontos das medidas já circulam nos bastidores.
Sem ligação
Enquanto isso, quase um mês de a mega tarifa ter sido anunciada por Donald Trump e, 6 dias após entrar em vigor, uma negociação direta de presidente para presidente está descartada, pelo menos por ora. Lula tem reiterado diuturnamente que não vai ligar para o americano, mesmo com o aumento da cobrança por parte de setores empresariais e políticos, principalmente os de oposição.
Estaca zero
Lula e Trump não se falam e os membros do primeiro escalão de ambos os governos também estão com as negociações travadas. Uma reunião virtual prevista para amanhã (13) entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, foi adiada pelo americano e sem nova data para definida.
Obstrução
Em entrevista à Globonews, Haddad lamentou o cancelamento da reunião e creditou isso ao que chamou de “militância antidiplomática e interferência política” que o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) tem realizado junto ao governo americano.
Eduardo rebate
Em nota conjunta publicada no X, o deputado licenciado e o jornalista Paulo Figueiredo negaram qualquer interferência na agenda de Scott Bessent com Fernando Haddad e o chamou de “incompetente” por não conseguir avançar nas negociações com os Estados Unidos. Os dois adiantam, ainda, que amanhã (12), vão ter novas rodadas de reuniões com autoridades do governo americano, em Washington.
Cassação
Aliás, o comportamento de Eduardo Bolsonaro tem deixado a situação civil dele cada vez mais crítica no Brasil, o que pode acelerar a perda do seu mandato na Câmara dos Deputados. O presidente da casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu uma declaração que revela justamente isso: “eu não posso concordar com a atitude de um parlamentar que está fora do país trabalhando muitas vezes para que medidas cheguem ao seu país de origem e tragam danos à economia do seu país (sic)”.
Justiça tributária
Uma coalizão formada por diversas ONGs, entre as quais a Oxfam Brasil e o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), lançaram a campanha “Justiça Tributária Já” para pressionar o Congresso Nacional a aprovar o projeto de lei 1087/25, que amplia a faixa de isenção do imposto de renda e estabelece um imposto mínimo sobre altas rendas. O projeto já teve o parecer favorável do relator, o deputado Arthur Lira (PP-AL), aprovado em comissão especial. Falta votação nos plenários da Câmara e Senado.
Equidade fiscal
Um primeiro passo para a justiça tributária foi dado na semana passada, quando o Senado aprovou o projeto de lei que isenta do imposto de renda quem ganha até dois salários mínimos, com validade a partir deste ano. Para o economista César Bergo, a iniciativa é importante porque é uma forma de aliviar a carga tributária entre os mais pobres. Também economista, Newton Marques concorda e afirma que a medida deve beneficiar mais de 120 milhões de trabalhadores dessa faixa salarial.