Pressão tarifária
Faltando oito dias para o início da taxação dos 50% em cima dos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, o governo federal ainda não tem um plano concreto para colocar na mesa de negociação com o governo americano. Nesta quinta-feira (24), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve receber uma minuta sobre como será a reação do Brasil, mas isso ainda é muito pouco.
Avanço
O presidente americano, Donald Trump, disse ontem (23), que a taxação de 50% está sendo direcionada a países que “não nos damos bem”. Chega a ser curiosa essa declaração, pese a aliança diplomática e comercial que o Brasil mantém com os Estados Unidos há mais de 200 anos. O fato é que Trump enquadrou o Brasil e não deixa margem para nenhuma negociação de fato entre os dois países.
Estratégia
Na próxima semana, um grupo de senadores vai aos Estados Unidos para se reunir com congressistas americanos. Na pauta, vão trabalhar o discurso de que a medida dos Estados Unidos vai jogar o Brasil no colo da China, vista pelo governo Trump como uma das principais ameaças à economia americana. O grupo vai tentar, ainda, reuniões com empresários dos Estados Unidos que serão prejudicados com essa megatarifa ao Brasil.
Ato nacional
Bolsonaristas preparam uma grande manifestação, em nível nacional, para o dia 3 de agosto, em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pela anistia aos presos do 8 de janeiro e pelo impeachment do ministro do STF, Alexandre de Moraes. A data escolhida foi estratégica pois coincide com a proximidade do retorno das férias do Congresso Nacional.
Férias interrompidas
Após críticas sofridas por seu grupo político, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) retornou ontem (23) ao Brasil depois de passar menos de uma semana em Lisboa, onde pretendia ficar durante o recesso parlamentar. O senador havia viajado à Europa um dia antes de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ter sido alvo de operação da Polícia Federal, que resultou em medidas restritivas e o uso de tornozeleira eletrônica.
Ação
Flávio retornou e para mostrar serviço já providenciou um pedido de impeachment do ministro do STF, Alexandre de Moraes, no Senado. A medida é prioridade da bancada do PL e de partidos aliados, como o Republicanos, para este segundo semestre quando a casa legislativa retornar do recesso parlamentar, em 5 de agosto. O grupo unificou o discurso em torno da pauta e vai intensificar a pressão para que o presidente, Davi Alcolumbre (União-AP), admita o processo.
Investigação
O presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), adicionou mais uma prioridade que vai defender no Senado no retorno do recesso: lutar pela instalação de uma CPI da Propaganda. Ele quer saber se tem dinheiro público investido em recorrentes propagandas nas redes sociais com vídeos de Inteligência Artificial, que defendem o governo e, segundo ele, promovem ataques a agentes públicos contrários.
Ressarcimento
Começa nesta quinta-feira (24) o pagamento de aposentados e pensionistas que foram lesados com o roubo bilionário do INSS. O governo afirma que os depósitos, a partir de hoje, serão diários até à conclusão do pagamento a todas as vítimas. A prioridade será para quem aderiu ao acordo de ressarcimento no aplicativo Meu INSS. Até o momento, segundo dados oficiais, 839 mil aposentados e pensionistas já aderiram.
Compromisso
A 2ª edição do Observatório do Ovo, relatório feito pela ONG Alianima lançado na semana passada, revela que 35% dos supermercadistas avaliados não reportaram qualquer número referente à evolução do compromisso de vender ovos livres de gaiolas até 2030. O estudo mostra que somente 4 de 17 redes de supermercados mencionadas no documento avançaram com a transição: Casa Santa Luzia, Empório Varanda, Cia Beal de Alimentos e St. Marche.
Prazos
O Brasil soma 160 compromissos públicos de empresas dos setores de alimentação e hotelaria com a meta de utilizar ou vender exclusivamente ovos produzidos por galinhas livres de gaiolas dentro de um prazo de 5 anos. A maior parte das redes varejistas comprometidas, cerca de 79%, tem prazos até 2028, mas o estudo revelou que estas varejistas não demonstraram avanços em relação ao ano passado.
Pesquisa inédita
A Central Única de Favelas (Cufa), em parceria com a Data Favela e o IBGE, divulgou o resultado de um levantamento pioneiro da realidade das favelas do país: os mais de 17 milhões de moradores destas comunidades movimentam, juntos, R$ 300 bilhões em renda própria por ano, valor maior que o consumo do Paraguai ou da Bolívia, e superior ao Produto Interno Bruto de 22 dos 27 estados brasileiros.
Cidades-estados
De acordo com a Cufa, o país possui 12.348 favelas mapeadas, cuja população poderia facilmente formar um estado brasileiro, ficando em 4º lugar em população, à frente de grandes estados, como a Bahia, e atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A maior favela do país é a Rocinha (RJ), com 72.021 moradores; seguida da Comunidade Sol Nascente (DF), com 70.908 e; Paraisópolis (SP) com 58.527 habitantes.
