domingo, dezembro 14, 2025

Jorge Messias, de ‘ungido’ a personagem central da discórdia

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Briga de forças

Não está claro se é birra do governo, estratégia ou uma resposta às últimas declarações do presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), sobre a tensão institucional causada com o processo de indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, à vaga vitalícia no Supremo Tribunal Federal (STF). O fato é que Alcolumbre mordeu a isca e cancelou todo o rito da tramitação da indicação de Messias na casa.

Sem sabatina

O cronograma começaria nesta quarta-feira (3), com a leitura da indicação na CCJ da casa, com vista coletiva aos membros da comissão, retornando na próxima quarta (10), com a sabatina na mesma comissão e, imediatamente votação em plenário. Tudo foi por água abaixo com a demora – estratégica ou não – do Planalto em formalizar a mensagem de indicação do escolhido ao Senado, como é de praxe.

Irritado

Da mesa diretora do Senado, Alcolumbre não se fez de rogado e anunciou o cancelamento de todo o rito legislativo anteriormente determinado para a apreciação da indicação. E chamou de “omissão” grave e sem precedentes, por parte do Poder Executivo, a atitude que, em sua visão institucional, é uma tentativa de interferência no cronograma da sabatina. Uma nova data, no entanto, não foi anunciada.

O que vai acontecer?

A Coluna entrou em contato com o Planalto para saber quando a presidência ou a Casa Civil irão formalizar a mensagem de indicação de Messias ao Senado. Sem resposta, até a publicação deste texto. Levando em consideração que o Parlamento tem apenas duas semanas de trabalho e se não houver nenhum aceno positivo entre ambas as partes, o rito legislativo deve ser postergado para 2026 e Jorge Messias – se for ratificado no Senado – somente deve sentar na cadeira vitalícia do STF no próximo ano.

Enquanto isso…

Messias virou o x da discórdia entre Planalto e Senado. Já tem senador da oposição declarando voto contrário ao escolhido do governo. A relação entre Davi Alcolumbre e o presidente Lula azedou com esse episódio, tudo porque o presidente do Congresso queria para si (pelo menos apontam os bastidores) a prerrogativa que é do presidente da República em indicar um membro da mais alta corte do Judiciário brasileiro. O “escolhido” de Alcolumbre, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), acompanha toda a crise de camarote.

Vida privada

Ganhou as páginas de notícias a crise conjugal dos deputados federais Antônia Lúcia (AC) e Silas Câmara (AM), ambos do Republicanos, que se arrasta há vários meses. Em posts em suas redes sociais, a deputada vem escancarando e denunciando a postura anti-cristã do deputado-pastor, com quem é casada e tem 4 filhos e netos. Ela, inclusive, chega a insinuar nas entrelinhas, que o parlamentar teria abandonado a família pelos vícios e relações extraconjugais.

Outra crise

A PEC da Segurança Pública, uma das apostas do Planalto para frear o avanço da criminalidade no país, deve ser votada na Câmara dos Deputados amanhã (4), segundo projeção do relator, o deputado federal Mendonça Filho (União-PE). E, será um novo ponto de embate entre governo e oposição na casa.

Críticas

Um dos pontos do relatório deve impedir que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) edite atos que alcancem prerrogativas do Congresso na formulação de normas relacionadas à segurança pública, afirmou o parlamentar em audiência pública ontem (2) na casa legislativa. Presentes ao debate, os governadores Ronaldo Caiado (GO) e Tarcísio de Freitas (SP), criticaram a proposta oriunda do Poder Executivo.

Networking

Os presidentes Lula (Brasil) e Donald Trump (Estados Unidos) se falaram ontem por telefone, numa ligação que durou 40 minutos, o suficiente para renovar a política da boa vizinhança entre os dois países. Na pauta da conversa, temas da agenda comercial, econômica e de combate ao crime organizado, segundo nota distribuída pela Secom.

Debate

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) realiza na próxima semana em Brasília o 40º Congresso Nacional dos Jornalistas, com o tema “Os Desafios do Jornalismo: de Gutenberg à Inteligência Artificial”. A proposta é debater as profundas transformações que impactam o exercício da profissão e o futuro da informação em uma era marcada pela automação e pelas plataformas digitais.

Valéria Costa
Valéria Costa
Jornalista, com 25 anos de profissão. Já atuou em veículos de comunicação em Manaus (AM) e Brasília (DF), na cobertura dos principais assuntos nas diversas editorias do jornalismo, com ênfase em política e opinião.

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