Congresso ocupado
A semana termina com cenas lamentáveis patrocinadas pela oposição no Congresso Nacional, que está convencida a impor, a qualquer custo, pautas legislativas que neste momento de extrema tensão que o país atravessa não vão contribuir para pacificar, como estão defendendo. O diálogo sempre será a melhor alternativa para resolver conflitos de qualquer natureza, ainda mais no Parlamento, que representa os interesses do povo.
Consequências
Ações como essas não saem incólumes e a história está aí para contar. Quem assistiu as cenas produzidas por parlamentares viu um verdadeiro ringue montado com personagens prontos para o embate. Ânimos exaltados, gritaria, birra para não levantar da cadeira que cabe ao presidente da mesa diretora e negação à autoridade de Hugo Motta. Até um bebê de quatro meses foi levado pela deputada Júlia Zanatta (PL-SC) para o plenário da Câmara. Governistas defendem punição para os revoltosos, o que não é descartado por Motta.
Pacificação
Diante desses acontecimentos estarrecedores, que ameaçam o bem mais precioso de uma Nação, que é a democracia, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) emitiu uma nota lúcida, pertinente e que estava faltando para conter o princípio de anarquia que ronda o país. A entidade conclama a todos os atores e poderes envolvidos ao equilíbrio e prudência para com o estado democrático de direito.
Soberania
A instituição deixa claro que jamais vai tomar partido de qualquer lado ideológico, pois seu compromisso é com o Brasil. E, justamente diante do acirramento dos ânimos e da escalada da tensão no país, a OAB não pode se calar ao que está acontecendo. O ápice da nota está justamente neste trecho: “não se constrói a democracia sabotando o próprio país. Ataques à soberania nacional são inadmissíveis”. Leia a nota completa aqui.
Punições
As ações dos parlamentares revoltosos no Congresso Nacional não deve ficar impune. Os partidos PT, PSB e Psol já acionaram a mesa diretora da Câmara para que suspenda os mandatos de cinco deputados da oposição por ter escalado a tensão durante o motim que obstruiu o plenário da casa. Os “denunciados” são: Júlia Zanatta, Marcel van Hattem (PL-RS), Marcos Pollon (PL-MS), Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Zé Trovão (PL-SC). Todos são citados por quebra de decoro parlamentar.
Nova ameaça
A Embaixada dos EUA no Brasil fez novas ameaças ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e aos demais membros da instituição, ao endossar um post do subsecretário de Diplomacia Pública americana, Darren Beattie. A mensagem é clara e direta: “o ministro Moraes é o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores” e que “os aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão avisados para não apoiar nem facilitar a conduta de Moraes. Estamos monitorando a situação de perto”.
Mea culpa
Depois de a oposição afirmar que havia saído um acordo com presidente Hugo Motta para que se pautasse o PL da Anistia na casa como moeda de troca para desocuparem a mesa diretora, o líder do Partido Liberal na Câmara, o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), usou a tribuna da casa, ontem, para um discurso inusitado: esclarecer o que ele chamou de falha de comunicação interpretada pela imprensa e pedir perdão publicamente a Motta, além de rechaçar a pecha de chantageadores. “O presidente Hugo Motta não foi chantageado por nós. Ele não assumiu compromisso de pauta nenhuma conosco. (…) Eu, com vossa excelência, não fui correto. Te peço perdão da tribuna da Câmara”.
Pressão
Coordenador do Fórum de Governadores, o dirigente do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), reuniu em sua residência, ontem, oito governadores da direita para discutirem sobre o impacto negativo do tarifaço à economia dos estados. Os presentes fecharam um discurso único: cobrar medidas concretas do governo federal e um diálogo entre os presidentes Lula (Brasil) e Donald Trump (EUA), além da despolitização das discussões. Estiveram presentes Tarcísio de Freitas (SP), Claudio Castro (RJ), Romeu Zema (MG), Mauro Mendes (MT), Wilson Lima (AM), Ronaldo Caiado (Go), Ratinho Jr (PR) e Jorginho Mello (SC).
Apreensão
Após retornar da missão nos Estados Unidos, o presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), senador Nelsinho Trad (PSD-MS) revelou preocupação com novas sanções que os Estados Unidos possa aplicar ao Brasil. O parlamentar relatou que ouviu de congressistas democratas e de republicanos que países que mantêm comércio de petróleo ou diesel com a Rússia podem ser alvo de novas sanções.
Reação
Segundo Trad, os congressistas americanos alertaram que neste semestre devem aprovar uma lei para sobretaxar o país que mantiver esse comércio. O Brasil importa cerca de 60% do diesel que consome da Rússia. Para isso, o Senado instalou a Comissão Temporária Externa de Relações Bilaterais Brasil-EUA, que será presidida Nelsinho Trad e relatoria da senadora Tereza Cristina (PP-MS) para reforçar o uso da diplomacia parlamentar para mitigar os impactos da crise comercial com os Estados Unidos.