Poderoso
Não é de hoje que o senador pelo Amapá, Davi Alcolumbre, vem mostrando força, liderança e poder dentro e fora de seu partido, o União Brasil. Está em seu segundo mandato, alternado, na presidência do Senado e do Congresso Nacional. Não é pouca coisa. Mas a sua influência vai além dos muros da legenda. Sem muito alarde, o político age como estrategista entre os grupos e alianças. Emplacou ministros no governo Lula, inclusive um aliado que não é de seu partido, Waldez Goés, e agora os bastidores apontam que vai ser dele a responsabilidade de indicar o novo ministro das Comunicações, após a desistência do deputado federal Pedro Lucas (MA), que é mais ligado ao presidente nacional do partido, Francisco de Rueda.
Briga de força
Nesse capítulo que envolve a desistência de Lucas do ministério, o recuo da direção nacional do União Brasil em relação ao cargo e a ação de Alcolumbre para apagar esse incêndio acaba dando mais munição em favor do senador para reforçar o seu poder internamente e, externamente. Alcolumbre tem projetos políticos ousados, qual o político que não tem? Qual seria então seu próximo objetivo? Governar o Amapá? Alçar seu nome para uma chapa presidencial majoritária como vice ou mesmo na cabeça? Não se sabe, mas suas ações e reações não são involuntárias.
Disputa interna
Em todo o partido há divisões internas e no União Brasil não seria diferente, haja vista o legado que essa legenda traz em seu DNA, resquício de um PFL forte e de figuras políticas emblemáticas que a história política desse país já produziu. Então, vejamos: esse episódio da recusa do Pedro Lucas em se tornar ministro para se manter na liderança do União Brasil na Câmara tem as digitais do presidente do grupo, Antonio de Rueda, que prefere manter um poder que já tem no Legislativo federal do que ceder um aliado para ministro de Lula. Mas, há quem diga que nessa jogada, Rueda sai perdendo em relação à briga de força com Alcolumbre. A Coluna procurou o dirigente para comentar esses últimos acontecimentos, sem sucesso. O espaço está aberto.
Enquanto isso…
Davi Alcolumbre já está de malas prontas para Roma, para onde embarca na noite desta quinta-feira (24) para participar dos funerais do Papa Francisco. Mas não vai só. Nesta viagem estarão o presidente Lula com a primeira-dama, Rosangela Silva (Janja), e os presidentes da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso. Ou seja, a cúpula dos três poderes do país estarão juntos, em uma viagem em que a tônica é celebrar um homem que em vida primou pela solidariedade, o amor ao próximos e às relações mais humanizadas. Os sentimentos deverão aflorar nesta viagem e o estreitamento político entre eles também, cenário ideal para alinhamentos estratégicos.
Rigor
Depois do escândalo da suposta participação do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, num escândalo de fraude no órgão que originou na operação Sem Desconto da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, ontem (23), e de ser afastado pela Justiça Federal, o presidente Lula não quis esticar a corda e assinou a sua demissão na noite de ontem. Essa rápida ação do Planalto é a segunda num intervalo de 15 dias, quando teve a demissão do ex-ministro das Comunicações, Juscelino Filho, acusado de encabeçar um outro esquema de corrupção com emendas parlamentares. Ou Lula faz isso ou vê seu governo entrar num buraco sem volta diante de um cenário bastante negativo para sua gestão.
Cronograma
Após a CCJ do Senado aprovar o plano de trabalho sobre as discussões em torno do PLP 108/24, o segundo projeto que regulamenta a reforma tributária, o relator da matéria, senador Eduardo Braga (MDB-AM), vai iniciar em maio a realização das quatro audiências públicas para discutir com autoridades e entidades envolvidas a criação do Comitê Gestor do IBS, que vai administrar e gerenciar esse novo imposto a ser criado em substituição ao ICMS e ao ISS dentro do novo código tributário do país. Braga está otimista em entregar seu relatório para votação na CCJ e no plenário do Senado até final de junho, antes do recesso parlamentar.
Compensação
Membro da Comissão Especial que vai analisar o PL 1087/25, que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil, o deputado federal Pauderney Avelino (União Brasil-AM), apresentou ao relator da matéria, o deputado Arthur Lira (PP-AL), uma emenda que busca compensar os estados e municípios de perdas na arrecadação quando a lei passar a vigorar. Uma das fontes de renda destes entes federativos vem da arrecadação do imposto de renda retido na fonte sobre as folhas de pagamento do funcionalismo municipal e estadual.
Para as redes
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não gostou de ser incomodado por uma Oficial de Justiça, que esteve ontem (23) no hospital onde está internado, para lhe entregar uma intimação do STF para que apresente defesa e testemunhas no processo em que é réu por tentativa de golpe de estado. Mas, não perdeu a oportunidade de gravar todos os movimentos desta cena e transmitir em suas redes sociais. Para alguns analistas políticos, uma jogada de mestre; para outros, uma exposição desnecessária. Quem sabe?
Lei Joca
O plenário do Senado aprovou, ontem (23), o PL 13/22 que cria novas regras para o transporte aéreo seguro de cães e gatos em voos domésticos. O projeto obriga as empresas aéreas a oferecerem opções de transporte de animais, com equipes treinadas para esse trabalho. O projeto já havia sido aprovado na Câmara dos Deputados, mas como sofreu modificações em sua tramitação no Senado, vai retornar àquela casa para nova análise e votação.