Em discurso nesta terça-feira (21) na 151ª Assembleia da União Interparlamentar (UIP), em Genebra, na Suíça, o deputado federal Átila Lins (PSD-AM) defendeu as normas e ações humanitárias, especialmente as do Brasil, focando na urgência do Direito Internacional Humanitário.
“Vivemos uma era em que conflitos armados, deslocamentos forçados e emergências climáticas se entrelaçam, produzindo sofrimento e fragilizando comunidades inteiras”, disse Lins.
Representante do Amazonas, onde vivem mais de quatro milhões de pessoas, o decano da Câmara dos Deputados destacou os desafios humanitários e ambientais da região.
“A preservação da floresta e o apoio a quem dela depende não são apenas questões ambientais, mas sim compromissos humanitários com vidas vulneráveis e com a estabilidade climática global”.
Por meio de sua voz, os participantes da conferência internacional acompanharam uma explanação sobre os desafios amazônicos e suas potencialidades. “Na Amazônia, isso significa promover o desenvolvimento econômico e acabar com as desigualdades, integrando essa região tão rica em biodiversidade com o restante do planeta”.
Do mesmo modo, o decano ressaltou que populações tradicionais, indígenas e ribeirinhas enfrentam pressões crescentes, incluindo o aumento da violência associada ao tráfico de drogas e ao contrabando, além dos deslocamentos causados por desastres naturais cada vez mais intensos.
Parlamento
Lins enfatizou que a atuação do parlamento brasileiro busca proporcionar proteção social e atendimento emergencial e que o Brasil segue cooperando com organismos internacionais, como a Cruz Vermelha e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), para apoiar refugiados e deslocados internos.
“Logo, defender o Direito Internacional Humanitário é também combater as causas profundas das crises que afetam grande parcela da população mundial”, disser o deputado amazonense em Genebra.
Solidariedade global
O parlamentar defendeu também a necessidade de novas abordagens:
“Precisamos de abordagens que combinem proteção às populações vulneráveis com políticas de longo prazo. Avanços tecnológicos podem ampliar o alcance da ajuda, levando conectividade, informação e serviços a regiões remotas”.
Em seu apelo final, Átila Lins concluiu:
“Que esta assembleia seja espaço para renovar o compromisso dos parlamentos com a solidariedade global. Que possamos unir esforços para assegurar recursos para a ação humanitária e proteger quem socorrer e quem é socorrido”.
Diálogo com a Cruz Vermelha
Paralelamente à Assembleia-Geral da UIP, a delegação brasileira foi recebida, neste dia 21 de outubro, pelo diretor-geral da Cruz Vermelha, Pierre Krähenbühl. A audiência foi para debater o direito humanitário e a atuação do Brasil no cenário global.
Por outro lado, o encontro dos parlamentares brasileiros discutiu a atuação da Cruz Vermelha em conflitos armados, notando que a organização tem o registro de 130 conflitos no mundo.
A reunião também abordou a atuação do Brasil na proteção do direito internacional humanitário. O país é um dos colíderes da Iniciativa Global para o Direito Internacional Humanitário, ao lado de África do Sul, Cazaquistão, China, França e Jordânia.
O evento acontece até sexta-feira (24).
Com informações do BNC Amazonas

