sexta-feira, maio 9, 2025

Oposição comemora estratégia que pode favorecer Bolsonaro, mas ação está judicializada

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Suspensão

A Primeira Turma do STF começa a julgar nesta sexta-feira (9), em plenário virtual, o pedido de suspensão da ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), aprovado na última quarta-feira (7) na Câmara dos Deputados com 315 votos a 143. O parlamentar se tornou réu em ação penal no Supremo relacionada à tentativa de golpe de estado, que culminou nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Essa é a mesma ação que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O julgamento virtual se encerra na próxima terça-feira (13).

Estratégia

Com um texto genérico e aprovado em tempo recorde na Câmara dos Deputados, o movimento dos bolsonaristas é que, com a suspensão desta ação penal que envolve o deputado até final de 2026 possa, de forma direta, beneficiar o ex-presidente Bolsonaro, evitar uma prisão iminente e favorecer o caminho para que ele possa disputar as eleições presidenciais. Um grupo até comemorou o feito com lives direto do plenário da casa legislativa.

Mas, não é bem assim

O entendimento jurídico, inclusive já sinalizado pelo próprio Supremo, é que o artigo 53 da Constituição Federal ao qual os bolsonaristas se apegaram para livrar Ramagem da ação penal enquanto durar seu mandato legislativo não livra o deputado dos crimes de tentativa de golpe de estado e a outros praticados antes da diplomação e posse do mandato. Ou seja, a íntegra da ação penal não deverá ser suspensa. O parlamentar é acusado de cinco crimes, dois dos quais ocorrido após a sua diplomação, que são os que poderão ficar suspensos até o final de seu exercício parlamentar.

Judicialização

Na mesma esteira, os partidos PDT e Rede também entraram com uma ação no Supremo pedindo a inconstitucionalidade da decisão da Câmara que favorece Alexandre Ramagem e que pode beneficiar Bolsonaro. Ambas as legendas alegaram que a Constituição permite a suspensão da ação penal contra parlamentares, mas não se aplica a réus que não ocupam mandatos no Congresso Nacional.

A ordem é federar

Depois do União Brasil e o PP firmarem a União Progressista e, na iminência de o PSDB incorporar o Podemos, agora é a vez do MDB ensaiar uma aliança nestes moldes com o Republicanos. As conversas entre os dirigentes dos dois partidos avançam neste sentido e já encontra a simpatia de alguns filiados, como o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL). Em entrevista à CNN, ele afirmou que “quem não federar, fica pequeno”. Já imaginou se a moda pega? O que vamos ter de novos arranjos políticos e ideologias diversas.

Filiação

Aspirante a presidente da República, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, deve assinar nesta sexta-feira (9) ficha de filiação no PSD, de Gilberto Kassab. Leite saiu do PSDB nesta semana depois de mais de duas décadas como filiado e a mudança faz parte de uma estratégia política que o PSD vem traçando sem alardes nos bastidores, de olho na disputa presidencial. Leite não esconde essa ambição política, mas em último caso, se nada der certo, ele tem a disputa ao Senado como um plano B.

Sem consenso

O aumento em mais 18 cadeiras na Câmara dos Deputados – que vai passar por nova análise no Senado – não está sendo bem vista por uma parte dos senadores. O tema foi alvo de críticas naquele Parlamento e classificado como um “escárnio com a população brasileira”, nas palavras do senador Fabiano Contarato (PT-ES). Marcio Bittar (União-AC) também se disse contrário ao projeto que, segundo ele, é descabido “em um momento em que o Brasil todo está em crise”. O senador chamou a atenção que o aumento do número de deputados vai diminuir ainda mais, proporcionalmente, o peso da representação do Acre.

Novo líder

A Igreja Católica já tem seu novo Sumo Pontífice: Robert Francis Prevost, que passa a se chamar Leão XIV e inicia, oficialmente nesta sexta-feira (9), sua gestão e o começo de um novo momento no catolicismo. O novo papa chega com uma grande responsabilidade de continuar o legado de Francisco, mas imprimir a sua própria marca dentro da igreja. A escolha do norte-americano Prevost surpreendeu a todos, inclusive o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Mas o curioso é que, mesmo sendo um cidadão americano, ele viveu uma boa parte de sua caminhada religiosa no Peru e sabe bem as mazelas pelas quais passam os países pobres da América Latina. Boa sorte ao Papa!

Valéria Costa
Valéria Costa
Jornalista, com 25 anos de profissão. Já atuou em veículos de comunicação em Manaus (AM) e Brasília (DF), na cobertura dos principais assuntos nas diversas editorias do jornalismo, com ênfase em política e opinião.

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