sexta-feira, outubro 24, 2025

Oxfam Brasil leva elefante inflável para pontos de São Paulo neste domingo

Campanha estará na Avenida Paulista (das 10h ao meio-dia, entre a Fiesp e o Masp) e Minhocão (caminhada com músicos das 14h às 16h)

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O elefante inflável de 3 metros da Oxfam Brasil vai invadir dois cenários icônicos paulistanos no próximo domingo (26): Avenida Paulista (das 10h ao meio-dia, entre a Fiesp e o Masp) e Minhocão (caminhada com músicos das 14h às 16h).

O elefante é mascote da campanha “Justiça Tributária Já!”, que pressiona o poder público a adotar um sistema fiscal justo, capaz de financiar políticas públicas e reduzir desigualdades estruturais históricas, com revisão (ou fim) de privilégios. O slogan da ação é “Tem Um Elefante Na Sala”, expressão usada para descrever um problema evidente, mas sistematicamente evitado.

A campanha cobra, do Congresso Nacional, a aprovação do projeto de lei nº 1.087/2025, que isenta do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil mensais, reduz parcialmente o imposto para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350 e aumenta a tributação das rendas mais altas. O projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados no início do mês e aguarda apreciação do Senado. Os atos domingo em São Paulo serão, assim, uma forma de cobrar agilidade dos senadores na votação da matéria.

Panfletagem

Na Paulista e no Minhocão, a campanha distribuirá adesivos e notas fictícias de R$ 1 bilhão com imagem do elefante; o “dinheiro” em questão é um flyer explicativo sobre justiça fiscal. Equipes irão explicar, didaticamente, como o atual sistema impacta o dia a dia da população.

Também entregarão exemplares da cartilha “Tem Um Elefante – Guia com tudo o que você precisa saber sobre justiça tributária”, com linguagem simples mostrando, por exemplo: por que o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo; o que é justiça tributária; diferenças entre tributação sobre trabalho e sobre renda; desigualdades históricas que culminaram no atual sistema tributário, racista e machista.

Há também um glossário que esclarece o significado de tributações regressiva e progressiva, impostos sobre consumo e sobre renda, lucros e dividendos, grandes fortunas etc.

A campanha “Justiça Tributária Já!” é realizada em parceria com Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos), Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Plataforma Justa, Instituto Peregum, Plebiscito Popular e IJF (Instituto Justiça Fiscal).

Por onde o elefante passou

O elefante inflável participou do “Ato em Defesa da Soberania e dos Direitos”, dia 7/9, na Praça da República, capital paulista, em ato realizado por CUT São Paulo, Fórum das Centrais Sindicais, Grito dos Excluídos e Excluídas, Frente Popular Brasil e Povo Sem Medo). Também em SP, dia 28/8, o mascote passou pelo Largo da Batata e pela Faria Lima, na capital paulista, com distribuição dos materiais da campanha.

Já em Brasília, na noite de 26/8, a Oxfam Brasil realizou projeções no Congresso Nacional com imagem do elefante e mensagens como “O sistema tributário é machista e racista”, “O Congresso não quer que os super-ricos paguem a conta” e “Justiça Tributária Já”. Também na capital federal, dia 2/9, o mascote esteve na Sexta Reunião da CEPAL na sede do SERPRO, e no gramado da Esplanada dos Ministérios.

A campanha começou dia 11/8, nas redes sociais e sites das organizações participantes, com posts e vídeos com exemplos de como a tributação está mascarada no dia a dia dos cidadãos e penaliza os mais pobres.

Efeitos da injustiça fiscal

●        63% da riqueza nacional estão concentrados em 1% da população (Oxfam Brasil)

●        Tributação sobre consumo representa 43% da arrecadação (Banco Central), penalizando os mais pobres

●        Os super-ricos pagam proporcionalmente menos impostos do que os pobres, mesmo que o 1% mais rico ganhe 34 vezes mais que os 50% mais pobres juntos (Oxfam Brasil)

●        Mulheres negras são 28% da população, mas concentram apenas 14,3% da renda nacional. Já o 1% mais rico do Brasil, composto majoritariamente de homens brancos, detém 15,3% da renda (Inesc)

 

“Queremos desmistificar, para a população, o sistema tributário brasileiro, e convidar a sociedade para se mobilizar em torno da campanha”, explica José Antônio Moroni, membro do Colegiado de Gestão do Inesc.

Segundo ele, é preciso combater a percepção negativa e o senso comum que são associados aos impostos. “Essa percepção beneficia justamente os super-ricos, que praticamente não contribuem, enquanto trabalhadoras e trabalhadores pagam por esses privilégios tributários. É hora de mudar essa lógica”, diz.

Para Viviana Santiago, diretora-executiva da Oxfam Brasil, “o PL 1.087 tem poder de mudar o sistema ao poupar os mais pobres e tributar os mais ricos, e ao financiar o Brasil que a gente precisa, com infraestrutura, educação, saúde, equidade de gênero, meio ambiente protegido, moradia digna e reparação para populações negras”.

Ela lembra que a isenção de IR fará diferença no dia a dia dos trabalhadores que recebem até R$ 5 mil, pois terão cerca de R$ 300 a mais mensalmente. “Esperamos, agora, que o Senado tenha essa visão e aprove o projeto o quanto antes, pois a classe trabalhadora não pode mais esperar”, complementa.

Propostas da campanha:

  • Taxar lucros e dividendos
  • Corrigir a tabela do IRPF
  • Criar contribuição sobre grandes fortunas (a partir de R$ 1 milhão/ano)
  • Tributar exportações de commodities
  • Criar uma CIDE ambiental para justiça climática
  • Criar o Conselho Nacional de Tributação com participação da sociedade civil

Com informações da assessoria de imprensa

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