sábado, abril 19, 2025

Partido de Bolsonaro lidera comissões na Câmara dos Deputados

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Êxito

O Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, conseguiu emplacar presidentes em cinco das 30 comissões permanentes da Câmara dos Deputados. A legenda perde apenas para o PT, que elegeu quatro deputados federais para liderar colegiados na casa legislativa. A sigla conseguiu manter a presidência da Comissão de Relações Exteriores, antes prometida para o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (RJ), mas que agora será presidida por Filipe Barros, do Paraná. O PL também levou as comissões da Agricultura, a da Saúde, Turismo e a de Segurança Pública.

Poder de decisão

Mas quem vai presidir a poderosa Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), por onde passam por obrigação todos os projetos apresentados no Legislativo e, quem dá o aval para a tramitação seguir adiante, será o União Brasil, na figura do deputado federal Paulo Azi, da Bahia. Em seu terceiro mandato, o parlamentar – que é engenheiro civil e administrador de empresas – afirmou ao sair vitorioso na disputa que quer resgatar o “protagonismo” da comissão e limpar a pauta, que tem 9 mil propostas à espera de análise.

Política mineira

Chama a atenção que, entre os 30 presidentes de comissão e suas respectivas representações estaduais, Minas Gerais é destaque. O estado emplacou nove dirigentes. Em segundo lugar, aparece a Bahia, com quatro presidentes; o Paraná, com três; São Paulo e Rio de Janeiro, ambos com dois presidentes; e com apenas um líder de comissão estão o Distrito Federal, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Rio Grande do Sul, Rondônia e Sergipe. Estes números poderão sofrer alterações, haja vista que duas comissões deixaram para a próxima semana a escolha de seus respectivos presidentes: a de Administração e Serviço Público e a de Desenvolvimento Urbano. A Coluna apurou que, nestes colegiados, as presidências serão destinadas para o Avante e MDB.

Uma aula de história

Por falar em política mineira, o deputado federal por aquele estado, Aécio Neves (PSDB), fez uma verdadeira homenagem in memoriam ao seu avô, o ex-presidente Tancredo Neves, ontem (19), durante a sessão solene na Câmara pelos 40 anos de redemocratização do país. A solenidade tinha como protagonista o ex-presidente José Sarney, do MDB, que foi eleito vice de Tancredo pelo Colégio Eleitoral, mas acabou assumindo o comando do país com a morte prematura deste líder político. Mas o discurso irretocável de Aécio, carregado de emoção e história, colocou Tancredo no mural dos heróis deste país.

Mágoa evidente

Num discurso que remontou a fatos históricos da política brasileira, que teve Tancredo Neves como personagem decisivo em vários momentos, Aécio Neves fez questão de trazer a público um momento importante na busca de apoios e votos da chapa Tancredo/Sarney entre os partidos no Colégio Eleitoral. A negativa do PT em votar nestes candidatos que disputavam contra representantes da continuidade de um regime totalitário que havia devastado o país nos últimos 21 anos.

Apoio era esperado

Aécio, que estava presente com seu avô numa viagem após reuniões de campanha, lembra das palavras de Tancredo Neves. “Até o último instante, Tancredo aguardou que o PT, cuja criação ele saudara 5 anos antes e considerava extremamente importante, se unisse aos demais democratas para todos, juntos, derrotarmos definitivamente o regime autoritário no Brasil. Não era uma questão de votos, ele já os tinha, mas o simbolismo que a união de todos traria naquele momento (…). Infelizmente, o PT, naquele momento, negou ao Tancredo e ao Brasil, seu apoio e ainda expulsou seus três deputados que decidiram ouvir a consciência nacional”. A fala de Aécio foi acompanhada da atenção de atuais representantes do PT na Câmara dos Deputados e no Palácio do Planalto.

Causa própria

Congressistas não cansam de surpreender os eleitores que os colocaram para representá-los no Parlamento brasileiro. Agora, uma ala considerável das duas casas legislativas ensaia modificar a Lei da Ficha Limpa, que foi um marco legal neste país no combate ao mau político. A proposta da deputada federal Dani Cunha (União-RJ), que em linhas gerais reduz o tempo da inelegibilidade do político que teve o mandato cassado, já foi aprovada na Câmara dos Deputados e agora aguarda votação no plenário do Senado. Naquela casa, falta consenso para a matéria prosperar devido a sua repercussão negativa. Os senadores contrários vão pressionar para que o projeto seja arquivado ou reprovado. Ah, para quem não sabe ou não lembra, Dani Cunha é filha do ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (Republicanos-RJ), que está com os direitos políticos cassado….

É hoje!

A novela da votação do Orçamento da União 2025 deve terminar na tarde desta quinta-feira (20), no Congresso Nacional. Agora pela manhã, às 10h, a Comissão Mista do Orçamento (CMO) se reúne para a leitura e votação do relatório do senador Ângelo Coronel (PSD-BA) e, às 15h, o Congresso Nacional realiza sessão conjunta exclusivamente para votar a matéria. A convocação partiu do presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP).

Repercussão

A fala desrespeitosa do senador Plínio Valério (PSDB-AM) contra a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não passou incólume. O parlamentar foi repreendido publicamente pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e por senadoras, como Eliziane Gama (PSD-MA), que criticaram a declaração. Marina Silva também reagiu de forma firme. “Com a vida dos outros não se brinca. Quem brinca com a vida dos outros, faz ameaça aos outros de brincadeira e rindo, só os psicopatas são capazes de fazer isso”. Plínio afirmou que a fala foi em tom de brincadeira, mas não se retratou. Brincadeiras como essa, senador, têm causado muita destruição moral e social neste país.

‘Sem estômago’

Depois de ficar empolgado ao ter seu nome ventilado em pesquisas eleitorais para disputar o cargo político mais importante deste país em 2026, o de presidente da República, o cantor sertanejo Gusttavo Lima divulgou um vídeo, ontem (19), afirmando que desistiu de qualquer pretensão política em sua vida, por agora. Ele disse afirmar que não tem “estômago” para a política e que prefere continuar sua carreira artística que realmente lhe satisfaz. E ainda deixou um recado nas entrelinhas: “Peço a todos que respeitem a minha opinião, a minha posição e a minha imparcialidade.”

Valéria Costa
Valéria Costa
Jornalista, com 25 anos de profissão. Já atuou em veículos de comunicação em Manaus (AM) e Brasília (DF), na cobertura dos principais assuntos nas diversas editorias do jornalismo, com ênfase em política e opinião.

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