Articulação
A oposição bolsonarista encontrou uma estratégia para martelar e emplacar a pauta e votação do projeto de lei da anistia na Câmara dos Deputados. Agora, eles aguardam a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) para pressionar a mesa diretora da casa legislativa a colocar o assunto em debate. O grupo adotou o discurso dos adversários: de que, sem condenação, não há porque pedir anistia.
Discurso único
Os bolsonaristas adotaram o mantra da “pacificação do país” tão logo a anistia seja votada e aprovada e afirmam ter votos suficientes na Câmara para emplacar o pleito, assim como tem o aval de boa parte dos líderes partidários. O grupo fala como se a anistia fosse uma varinha mágica que, uma vez concretizada tudo fosse se resolver do dia para a noite.
Estratégia
O plano é o seguinte: vão esperar o término do julgamento de Bolsonaro e mais sete réus na Primeira Turma do STF, que se encerra no dia 12 deste mês, para aumentar a pressão em torno do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em torno da votação da proposta em regime de urgência. E a oposição quer mais: anistia ampla, geral e irrestrita. Em outras palavras, um salvo-conduto para quem planejou, organizou e depredou o patrimônio público num ataque direto à democracia.
Certeza
Aliados de Bolsonaro agora adotam o posicionamento de que o ex-presidente será condenado pelo STF. Eles classificam o julgamento de “teatro” e “farsa”. Paralelo às sessões da Primeira Turma, que serão retomadas logo mais às 9h (hora Brasília), o grupo está realizando várias frentes na busca de alternativas de livrar Bolsonaro da prisão.
Segundo dia
A corte da Primeira Turma do Supremo retoma nesta quarta-feira (3) o julgamento de Bolsonaro e sete réus que compunham a sua cúpula de seu governo, todos acusados de participar de uma trama golpista. As sustentações orais dos advogados dos réus continuam, após as manifestações processuais, ontem, da Procuradoria-Geral da República (PGR), que defende a condenação de todos, e do relator, o ministro Alexandre de Moraes. O voto de Moraes, no entanto, somente será conhecido na próxima semana.
Desembarque
A Federação União Progressista (União e PP) decidiram antecipar a saída do governo Lula e deram um ultimato aos ministros destes partidos que têm cargos na Esplanada dos Ministérios: terão que entregar o cargo, sob pena de sofrerem sanções disciplinares internas e, até mesmo a expulsão de ambas as siglas. O anúncio foi feito ontem à tarde pelos dirigentes da federação, Antônio Rueda e Ciro Nogueira, após um dia de reuniões internas.
Motivação
A decisão antecipada acontece dois dias após o senador Ciro Nogueira ser associado, em matéria jornalística, de receber propina em espécie de membros da facção PCC. Ele nega e acusa o governo Lula e o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, de orquestrarem um “gabinete do ódio” contra os adversários. A decisão também acontece em meio ao julgamento de Bolsonaro como forma de apoio aos aliados bolsonaristas.
Compromisso
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, se manifestou no X sobre a decisão da Federação União Progressista, que tem três ministérios no governo Lula (Esportes, Turismo e Comunicações), de que respeita a decisão político do grupo, mas deixou claro que, quem permanecer no governo deve ter “compromisso com o presidente Lula e com as pautas” prioritárias que o governo defende. O recado é direto e alcança líderes políticos, como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que indicou dois ministros à gestão Lula3.
Agenda
Liderados pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, um grupo de empresários e presidentes de federações das indústrias de Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo, já estão nos Estados Unidos para uma série de reuniões com autoridades e empresários americanos sobre os efeitos do tarifaço de 50% imposto pelo presidente Donald Trump às exportações de produtos brasileiros para aquele país. O grupo quer negociar alternativas que sejam positivas para ambos os lados.
Pátria
O desfile cívico em comemoração ao 7 de Setembro, no próximo domingo na Esplanada dos Ministérios, terá como tema central “Brasil Soberano” e terá três eixos principais: Brasil dos brasileiros, COP-30 e Novo PAC. As informações foram divulgadas pelo Planalto, que projeta para a população o Brasil do Futuro. O evento é aberto ao público e contará com a presença do presidente Lula, ministros e autoridades em geral. O desfile inicia às 9h e terá duração de duas horas.