sábado, outubro 25, 2025

Se soubessem antes da ‘química’…

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‘Um cara legal’

O rápido, mas amistoso encontro entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, Lula e Donald Trump nos corredores da ONU, foi o assunto, ontem, na abertura da Assembleia-Geral em Nova York e o motor para apaziguar a crise diplomática entre os dois países. Pelo menos assim se desenha e as palavras proferidas por Trump mostram esse aceno. Juntos pela primeira vez desde que o norte-americano assumiu a Casa Branca há 8 meses, o discurso de Trump revela que a imagem que tinha de Lula distante é totalmente diferente de um Lula próximo.

Afinados

Desse encontro casual, cuja iniciativa foi de Donald Trump segundo a porta-voz do governo americano, Amanda Robertson, já surgiu uma reunião formal que está sendo organizada para a próxima semana entre os presidentes para discutirem as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos às exportações dos produtos brasileiros. A conversa deve acontecer no formato remoto.

Iniciativa

O aceno favorável à Trump e os elogios públicos feitos por ele ao presidente Lula deixaram os bolsonaristas em alerta, já que a cizânia entre os dois mandatários estava sendo alimentada por eles para escalar a pressão em torno da “liberdade” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de estado. Publicamente, eles minimizaram a aproximação entre Lula e Trump, mas nos bastidores estão apreensivos. Já o americano afirmou que vai negociar com o Brasil porque, segundo ele, “só faz negócios com pessoas de quem gosta”.

Oportunidade

Já o presidente Lula, ao realizar a abertura da 80ª Assembleia-Geral da ONU não perdeu o time. Aproveitou o momento, a hora e a ocasião para tornar público ao mundo o posicionamento institucional sobre os últimos acontecimentos, como a imposição de supertaxas à economia brasileira, as sanções americanas à autoridades do Brasil, o conflito Israel-Gaza, guerra na Europa e a crise do multilateralismo. Seu discurso foi visto como forte, firme, direto e seguro.

Protagonismo

Diferente da Câmara dos Deputados, o Senado planeja contar uma história diferente à posteridade: deve enterrar nesta quarta-feira (24) a PEC da Blindagem na CCJ com o parecer contrário do relator, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE). Pelo menos assim o parlamentar, acompanhado por outros, tem se manifestado. Se vai se confirmar saberemos mais tarde.

Alternativas

Embora seja vista pela maioria dos senadores como uma PEC da Bandidagem e uma senha para acesso direto do crime organizado no Parlamento, há parlamentares que defendem uma revisão da proposta, com outro viés, para salvaguardar as prerrogativas, como Ciro Nogueira (PP-PI) e Sergio Moro (União-PR). Os dois defendem que as prerrogativas sejam mantidas para os crimes de opinião e da honra.

Dianteira

Enquanto a Câmara posterga a votação do projeto do Executivo que amplia a faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, projeto semelhante que tramita no Senado desde 2019 deve ser votado hoje (24) na CCJ da casa. De autoria do senador Eduardo Braga (MDB-AM) e com parecer favorável do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), a proposta também aumenta a tributação dos super-ricos.

Antes tarde

Mas, em reação às cobrança popular materializada com os protestos do último domingo (21), a Câmara dos Deputados decidiu reagir e, após a reunião do Colégio de Líderes, ontem, quando o relator do PL 1087/25, deputado Arthur Lira (PP-AL) apresentou seu relatório prévio, o presidente da casa, Hugo Motta (Republicanos-PB) marcou para a próxima quarta-feira, 1º de outubro, a votação em plenário. Espera-se que a ampliação da isenção do IR seja aprovado sem muitos percalços naquela casa legislativa.

Sem medo

Ao defender sua decisão em vetar a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) como líder da minoria da Câmara, Hugo Motta foi direto e afirmou que foi “estritamente técnica”, já que o parecer da secretaria-geral da mesa apontou não haver a possibilidade do exercício da atividade pelo parlamentar estando ausente do território nacional. Segundo ele, não há nenhum precedente na casa. “Incompatível a sua assunção à liderança da minoria. É uma regra que vale par todos, inclusive pra mim”, enfatizou Motta.

Por enquanto, firme

Paulinho da Força (Solidariedade-SP) tem se mantido convicto do texto que pretende apresentar na próxima semana relacionada ao PL da Dosimetria (ex-anistia). Ontem, após reunião com a bancada do Partido Liberal, ele voltou a dizer que o projeto será para reduzir penas “e livrar as pessoas que estão de certa maneira sofrendo na prisão”. Mas os bolsonaristas não concordam. Querem a anistia geral.

Terrorismo

A proposta que classifica o PCC como organização terrorista vai tramitar em regime de urgência na Câmara dos Deputados. Iniciativa do deputado federal Danilo Forte (União-CE), a matéria terá como relator Nikolas Ferreira (PL-MG). “Agora vamos ver quem está, de fato, a favor da bandidagem”, disse o deputado mineiro.

Repúdio

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados deve votar hoje (24) um requerimento do deputado federal Dr. Frederico (PRD-MG), em que pede uma moção de repúdio às declarações do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, em que defende a legalização da cocaína. A fala foi proferida durante evento internacional realizado em Manaus (AM), no dia 9 deste mês, quando participava ao lado do presidente Lula da inauguração de um novo centro de segurança para a Amazônia.

Valéria Costa
Valéria Costa
Jornalista, com 25 anos de profissão. Já atuou em veículos de comunicação em Manaus (AM) e Brasília (DF), na cobertura dos principais assuntos nas diversas editorias do jornalismo, com ênfase em política e opinião.

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