quarta-feira, junho 18, 2025

Segundo semestre de 2025 inicia com duas CPIs no Congresso Nacional

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Investigações

A pressão em torno de uma CPI mista para investigar as fraudes no INSS foi mais forte e o presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP), não teve outra alternativa senão ratificá-la. Ontem (17), no final da sessão conjunta do Congresso, o parlamentar leu o requerimento que solicita a instalação da comissão. Os próximos passos serão apenas burocráticos no sentido de o colegiado passar a funcionar, de fato.

Roubo

Encabeçada pela oposição, a investigação está sendo chamada de “CPMI do Roubo”. O grupo acusa o governo Lula de ter favorecido essa corrupção. Os governistas alegam que os desvios nos benefícios de aposentados e pensionistas iniciou no governo Bolsonaro. A comissão mista terá 15 deputados e 15 senadores, de ambos os lados e terá prazo de 180 dias para concluir os trabalhos.

Bala de prata

Com a proximidade do recesso parlamentar, no próximo mês, a previsão é que o colegiado comece a funcionar somente em agosto, justamente quando faltar pouco mais de um ano para as eleições presidenciais. Nos bastidores, o sentimento da oposição é desidratar o governo Lula o máximo que puder para chegar em outubro de 2026 totalmente desgastado.

Articulação

Mas o governo articula emplacar um aliado na presidência dos trabalhos e o nome sinalizado por Alcolumbre é o do senador Omar Aziz (PSD-AM), que conduziu a CPMI da Pandemia. A oposição faz questão de ficar com a relatoria. Uma das autoras do pedido de investigação, a deputada Coronel Fernanda (PL-MT) já se candidatou para a vaga.

Crime

Outra CPI que foi autorizada pelo Congresso Nacional, ontem (17), é a que pretende investigar sobre o crime organizado no país, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE). Essa, no entanto, será exclusiva do Senado. O foco será a atuação ostensiva de facções e milícias, como essas organizações agem e suas respectivas ramificações em cada região do país. Os senadores-membros, que ainda serão escolhidos, terão 120 dias para concluir os trabalhos.

Trabalho árduo

A CPI do Crime Organizado se mostra um grande desafio para o Parlamento. A segurança pública é hoje um dos grandes gargalos, com o avanço de diversos grupos criminosos que causam terrorismo diários de Norte a Sul do país. E não estamos falando apenas daquele indivíduo que rouba o celular ou aponta a faca para um pedestre na rua. O assunto é bastante sério, com grupos que dominam várias esferas da sociedade com o poder da violência, do roubo, do tráfico de drogas, da lavagem de dinheiro, e até com infiltrados em setores sensíveis do organograma social.

Crédito

Deve seguir direto para a Câmara dos Deputados o projeto de lei 2041/25, do senador Eduardo Braga (MDB-AM), que cria uma linha de crédito facilitada para a compra de motocicletas novas ou seminovas para mototaxistas e motofrentistas. A proposta teve o parecer aprovado ontem (17) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e, por ser terminativo, vai apenas para a conferência da mesa diretora da casa antes de seguir para novas votações na Câmara.

Ensaio

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), voltou a externar um desejo que paira em boa parte dos sulistas: se tornar uma nação à parte do Brasil. Num evento, em que se reunia com os outros dois governadores da região, Ratinho Júnior (Paraná) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), ele soltou a pérola: “Daqui a pouco, se o negócio não funcionar muito bem lá para cima, nós passamos uma trena para o lado de cá e fazemos ‘o Sul é nosso país’, né?”. O país não precisa de mais uma “guerra” para administrar.

Imbróglio

A defesa de Jair Bolsonaro formalizou o pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a delação de Mauro Cid. O motivo: as recentes matérias e informações que têm saído na imprensa a respeito do suposto descumprimento de Cid das regras sobre a delação. Cid ainda não conseguiu explicar, com convencimento, sobre o episódio. Vamos acompanhar os próximos capítulos.

Valéria Costa
Valéria Costa
Jornalista, com 25 anos de profissão. Já atuou em veículos de comunicação em Manaus (AM) e Brasília (DF), na cobertura dos principais assuntos nas diversas editorias do jornalismo, com ênfase em política e opinião.

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