Faca no pescoço
As atividades legislativas do Congresso Nacional iniciam nesta segunda-feira (4) pressionadas pela agenda bolsonarista: a votação do projeto de lei que anistia os presos e condenados no 8 de janeiro na Câmara dos Deputados e a pressão para o Senado admitir os processos que defendem o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial Alexandre de Moraes.
Silêncio
Os presidentes de ambas as casas legislativas, Hugo Motta (Câmara) e Davi Alcolumbre (Senado) se mantiveram à margem, mas acompanhando todo o desenrolar dos acontecimentos durante o recesso parlamentar. No primeiro semestre, os dois se mostraram contrários à essas pautas bolsonaristas, mas a pressão sob eles deverá se intensificar a partir de agora.
Pauta
E essa pressão começou, na verdade, ontem (3), com atos em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), da anistia, do impeachment e contra o ministro Alexandre de Moraes, realizados de Norte a Sul do país. Em pontos estratégicos para a claque bolsonaristas, como Rio de Janeiro, Belém e Brasília, teve até a participação online de Bolsonaro por meio de chamada de vídeo, já que ele está impedido de sair de casa aos finais de semana devido às restrições impostas por Moraes.
Crítica
Em São Paulo, na Avenida Paulista onde se concentraram os manifestantes, o ato foi organizado pelo pastor Silas Malafaia, que aproveitou o palco para criticar ausências de governadores e aliados na manifestação, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), que precisou passar por um rápido procedimento cirúrgico neste domingo.
Apoiadores
O site votossenadores.com.br mostra a parcial dos senadores que são a favor, contra e os indefinidos em relação ao impeachment de Alexandre de Moraes. Segundo a enquete, 34 senadores são a favor do impeachment e 19 são contra. Há ainda outros 28 indefinidos. A lista de defensores da penalidade é puxada pelos senadores do PL e tem até parlamentar de partido da base do governo, como o PSB e o PSD. Entre os indefinidos, aparecem os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Eduardo Braga (MDB-AM) e o próprio Davi Alcolumbre (União-AP).
Novo comando
Neste domingo (3), o PT realizou grande evento para a posse do novo presidente nacional do partido, Edinho Silva, com a presença ilustre do presidente Lula. Uma das metas do novo presidente é preparar o partido para uma era pós-Lula. “Quero reafirmar que seu substituto não será um nome, será o Partido dos Trabalhadores. Se o PT estiver forte, o nome vamos construir. Até porque não nascerá outro Lula“, enfatizou.
Presença
Já o presidente Lula ressaltou a tarefa do partido para as próximas eleições: eleger o maior número de cadeiras no Congresso Nacional em 2026 para ter maioria sólida no Legislativo. Aliás, a corrida pelo Parlamento federal deve ficar bastante acirrada no próximo ano, já que para os partidos, principalmente a oposição, ter o maior número de representantes no Congresso é sinal de poder, quem que seja o próximo presidente.
Telefonema
A conversa telefônica entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai ter que acontecer, por bem ou por mal. E, ambos, já admitem que essa “reunião virtual” irá acontecer mais cedo ou mais tarde. Na última sexta-feira (1º), Trump disse à imprensa na Casa Branca que Lula “pode ligar quando quiser para ele”. O presidente brasileiro disse, ontem (3), que as negociações com o governo americano exigem “cautela, porque há “limites” na briga”. A mega tarifa de 50% aos produtos brasileiros exportados para os EUA começam a vigorar depois de amanhã (6).