Nota técnica expedida pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) do Estado do Amazonas destaca que as medidas tarifárias anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, principalmente sobre produtos importados da Ásia, podem representar uma oportunidade para a Zona Franca de Manaus (ZFM) e para o Brasil.
O documento, assinado pelo titular da pasta, o economista Serafim Corrêa, destaca três setores que poderão se beneficiar com o incremento das exportações e ganhar espaço no mercado americano: eletroeletrônicos, motocicletas e componentes técnicos.
Como um polo que é incentivado com benefícios fiscais, isso pode contribuir também para a diversificação da produção industrial local na atração de empresas globais que podem optar por investir na ZFM para escapar das tarifas impostas a países asiáticos.
Ainda nesse contexto, a nota técnica ressalta a ampliação da oferta de emprego e renda devido ao aumento da demanda por produtos fabricados na região, causando maior circulação de recursos na economia local.
Do ponto de vista nacional, o documento observa que o Brasil, de certa forma, poderá também se beneficiar do “tarifaço” americano:
- Substituição de exportações asiáticas: Produtos que antes eram adquiridos de países asiáticos podem ser substituídos por equivalentes brasileiros, impulsionando setores como siderurgia, agronegócio e manufatura;
- Aumento dos investimentos estrangeiros: Empresas globais podem considerar o Brasil como um destino atrativo para evitar tarifas dos EUA sobre a produção asiática;
- Expansão da infraestrutura e logística: Para atender ao crescimento da demanda externa, haverá necessidade de melhorias em infraestrutura portuária, rodoviária e logística internacional.
O documento também apresenta potenciais riscos e desafios que essas medidas do governo americano podem impactar no Brasil em um dos principais pontos é justamente o “custo Brasil”, que pode reduzir a competitividade do país, também a capacidade produtiva e, a reação da China e de outros parceiros comerciais. “Países afetados pelo tarifaço podem adotar contramedidas que impactem exportações brasileiras para seus mercados”, diz trecho da nota.
Na realidade, ontem (4) mesmo a China já anunciou seu contraataque às tarifas impostas pelos Estados Unidos: aumentou em 34% a taxação aos produtos americanos importados pelo país, que começa a vigorar a partir de 10 de abril.