E agora?
O Salão Nobre da Câmara dos Deputados ficou pequeno para o emaranhado de políticos, aliados, apoiadores, simpatizantes, curiosos e a imprensa que estava lá acompanhando o lançamento da Federação União Progressista, ontem (29) à tarde. O evento reuniu as principais lideranças políticas tanto do União Brasil quanto do PP e também do Congresso Nacional. Mas, passado esse efeito entusiástico, a nova sigla tem que enfrentar a realidade interna: nem tudo são flores e muitos parlamentares de ambos os partidos, contrários à aliança, já planejam se desfiliar. Um deles é o deputado federal Pauderney Avelino (União Brasil), que não compareceu ao ato solene.
Empolgados
A gestão da nova federação será compartilhada entre Antônio de Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP) e os dois fizeram questão de mostrar aos olhos dos presentes que estão sintonizados num futuro para o país que eles desenham próspero e promissor não só do ponto de vista político, mas em todas as esferas. Otimistas, todos os apoiadores da superaliança defendem um discurso de força política e grande poder em 2026, cujo principal objetivo é a disputa presidencial.
‘Ajudar o Brasil’
Perguntado pela Coluna quais os próximos passos agora em diante do novo partido, Antônio de Rueda respondeu eufórico: “crescer, ajudar o Brasil. Ajudar o Brasil, sempre”. Segundo ele, a União Progressista nasce como a “maior força política do país”. “Se preparem, porque foguete não dá ré. Vamos simbora!”, disse ao posar para fotos com o senador do União Brasil, Efraim Filho (PB). “A União Progressista virou realidade e a Paraíba está apoiando esse movimento grande de conquista: de uma federação decisiva na aprovação dos grandes projetos e na agenda do Brasil”, completou o parlamentar.
Pressão pelo Planalto
Presente no ato solene e bastante assediado pela multidão que se concentrava no espaço, o presidenciável Ronaldo Caiado, governador do Goiás, defendeu à Coluna que o novo partido tem que disputar o Palácio do Planalto. “Montar partido para não ter presidente? brincadeira”, disse. Ele aproveitou para reforçar sua pré-candidatura, mas que a decisão final será do grupo político. “Como eu já conheço bem a política, em vez de eu deixar para o ano que vem, eu já comecei esse ano, me colocando como pré-candidato e isso dá a mim um caminho enorme para percorrer, uma capilaridade que nenhum outro tem.”
Dá as cartas
Meio narcisistas, os integrantes da União Progressistas projetam um caminho de vitórias e poder de decisão na disputa presidencial e nos estados. Caiado afirmou que a federação chega no processo eleitoral com a estrutura montada e os “atletas preparados” e que a força que a aliança vai representar, com a sinalização de vitórias, vai atrair mais filiados e aproximar as candidaturas que irão surgir. O mesmo pensamento é compartilhado pelo governador do Amazonas, Wilson Lima, que é do União Brasil. “É a maior estrutura partidária do país e será decisiva no processo eleitoral de 2026, no Brasil, sobretudo no processo de fortalecimento da nossa democracia.”
Meta ousada
Ronaldo Caiado afirmou que a União Progressista é a “maior mudança que já se viu desde a Nova República” no Brasil e que, a partir deste novo grupo a ordem é mudar o eixo da política brasileira. Um dos pontos que ele defende é que estes partidos saiam do governo Lula: “esse é o maior sonho meu”. A fala do presidenciável, a mesma defendida pelos novos dirigentes e apoiadores da federação, é amparada na robustez desta aliança: se transformou na maior bancada na Câmara dos Deputados, com 109 parlamentares; a terceira maior do Senado, com 14 senadores; 6 governadores, e milhares de deputados estaduais, prefeitos e vereadores em todo o país.
Convidados ilustres
O evento teve, ainda, a presença de ilustres políticos de centro-direita, como o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), os governadores do Pará, Helder Barbalho e do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, ambos do MDB, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, que esteve acompanhado do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ).
Que feio!
Os deputados federais Gilvan da Federal (PL-ES) e Lindbergh Farias (PT-RJ) praticamente foram às vias de fato, ontem (29) à tarde, durante audiência do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. A briga entre os dois começou com uma discussão acalorada quando Gilvan começou a disparar críticas ferozes ao presidente Lula, o que gerou reação imediata de Lindbergh, que é líder do PT na casa legislativa. A mesa diretora do colegiado teve que acionar a Polícia Judiciária para conter os ânimos.